29 de março de 2017 - 11h41
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No começo deste ano a L’Oréal lançou uma escova de cabelo inteligente. Chamada de Kerastase Hair Coach, ela deverá estar à venda no segundo semestre e, através da coleta de dados sobre o comportamento de uso do produto pelo consumidor, promete entregar uma escovação personalizada, perfeita para seu estilo de uso e tipo de cabelo.
Do outro lado da concorrência, a Unilever lançou em novembro o Hair Concierge, um chatbot no Facebook Messenger que usa inteligência artificial para responder às perguntas das mulheres sobre como resolver problemas de cabelo. O bot está vinculado aos produtos Nexxus, do fabricante, que podem ser comprados on-line dentro da ferramenta.
O que chama atenção nessas duas iniciativas é a conexão das tecnologias de inteligência artificial e IOT (Internet of Things) para vender produtos de beleza, que têm um valor unitário não tão significativo.
Agregar esses tipos de tecnologia para ações de vendas diretamente relacionadas com produtos de consumo ainda é uma novidade pouco aplicada. E porque gigantes como a L’Oréal e a Unilever estão entre os primeiros a utilizá-las?
A personalização é uma realidade na vida das pessoas. As tecnologias digitais nos permitem customizar tudo. O tempo onde tudo que podíamos escolher era entre uma embalagem pequena ou grande, ou três tamanhos diferentes de uma roupa ficou no passado.
Assim, as grandes marcas já começam a perceber que a personalização (através de produtos, serviços ou da comunicação) vai alcançar até mesmo aqueles produtos menos óbvios, antes entendidos como produtos de consumo de massa
Hoje o consumidor pode escolher o horário em que consome conteúdos na TV (e se quer consumi-los na TV ou no celular). Escolhe o padrão da tinta da sua casa. Tem infinitas possibilidades sobre onde fazer o pedido da próxima refeição, não importando se é vegano ou um amante da carne. E modelo de possibilidades infinitas de escolha afeta cada vez mais a nossa vida e o nosso modelo mental de consumo.
Assim, as grandes marcas já começam a perceber que a personalização (através de produtos, serviços ou da comunicação) vai alcançar até mesmo aqueles produtos menos óbvios. Antes entendidos como produtos de consumo de massa. Mas, é a personalização da relação com o consumidor que chama mais a atenção.
Os consumidores querem ser ouvidos de maneira personalizada e única e terem suas necessidades atendidas em detalhes. A tecnologia digital já pode prover isso. E muitas vezes com custos que são mais interessantes do que ações com abordagem de massa que encontram um consumidor apático, já que não trazem conteúdo pessoal e com o qual ele pode se identificar.
Se na sua comunicação e na sua estratégia de marketing essa é uma discussão que ainda não floresceu, vale a pena refletir sobre iniciativas como essa.
A escova de cabelo que cria uma experiência única e pessoal, baseada em dados on-line coletados pelo fabricante, ou o chatbot que atua como um conselheiro de beleza, utilizando recursos de inteligência artificial, serão cada vez menos uma exceção para se tornarem regra.
O consumidor está atento a quem está atento a ele e, cada vez mais, são as marcas que o tratam de uma maneira única e especial que receberão a sua atenção, não importando quanto dinheiro você tiver para gastar.