O algoritmo e a experiência humana
Motivo de discussão dos mais acalorados debates sobre o negócio
Motivo de discussão dos mais acalorados debates sobre o negócio
12 de novembro de 2020 - 13h20
Como conciliar dois assuntos que parecem ser tão diametralmente opostos? É possível achar um equilíbrio entre ambos? Ou melhor ainda: existe equilíbrio?
A inteligência artificial veio para automatizar processos e trazer respostas baseadas em padrões de forma rápida para o dia a dia das empresas e da sociedade. Não há como negar que grande parte das decisões, sejam elas onde se consegue o retorno mais sólido nos negócios ou a mera ação de escolher um conteúdo para assistir no streaming, foram facilitadas pelo uso dos algoritmos que identificam comportamentos e trazem respostas com grande assertividade.
Mas, e a experiência humana nisso tudo? Esquecemos?
Vale lembrar que qualquer padrão estatístico é estimulado por ações tomadas por humanos e essa natureza é definida pela imponderabilidade. Pessoas mudam de opinião várias vezes sobre os mesmos assuntos durante todo tempo.
Para não deixar de dar o devido crédito a um amigo e empreendedor do mercado de comunicação, Flávio Maria, o conjunto de algoritmo, metodologia e “grey hair” é a fórmula mais poderosa na qual se pode basear decisões para a busca de melhores resultados.
Assim na vida como nos negócios, a perspectiva da experiência humana é soberana nos caminhos que se queiram seguir. Dados são importantíssimos, mas eles não trazem consigo respostas para todas as perguntas. Alguns dizem que dados são o novo petróleo. Mas esse novo petróleo de informações só pode ser extraído e refinado com a experiência daqueles que possuem conhecimento em entender o comportamento humano e intuir como os mesmos irão responder.
Algoritmos são eficientes no reconhecimento de padrões. Entretanto pessoas não seguem padrões, daí a importância da sensibilidade e da experiência humana sobre os dados.
No nosso negócio, os dados sempre existiram. O que os algoritmos trouxeram para a conversa foi a mensuração dos padrões e modelos preditivos que facilitam as decisões, seja sobre uma campanha ou sobre uma simples ação de qual prato quero comprar no IFood hoje. O fato de que eu tenha pedido comida japonesa nas últimas vezes, não quer necessariamente indicar que voltarei a pedir a mesma coisa sempre. Quem têm, ou já teve um restaurante, sabe do que estou falando. O cliente quer variar, comer outras coisas em lugares diferentes. Como a privacidade do usuário tem que ser preservada sempre, não há tecnologia que possa identificar essas mudanças.
Aí é onde entra o “grey hair”. A experiência daqueles que já arriscaram, erraram em maior medida, mas também acertaram muitas vezes. Essa é a experiência necessária para decidir com os dados em mãos. Uma coisa não vive sem a outra.
Nesse novo modelo, a tecnologia oferece insights para suportar a decisão, mas não deve ser a decisão em si.
Através do documentário Social Dilema, fomos expostos ao lado sombrio do que a tecnologia pode fazer quando usada de maneira indiscriminada e os efeitos que gera na sociedade.
A análise humana sempre tem que prevalecer na leitura dos dados. Esse foi, é e será o melhor caminho para suportar as decisões.
*Crédito da foto no topo: iStock
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