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Por onde começa a mudança?

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Opinião

Por onde começa a mudança?

A missão de uma empresa é o benefício que ela quer gerar no mundo


19 de abril de 2023 - 6h00

Exigimos transformação do mundo lá fora, mas temos muito o que fazer da porta pra dentro (Crédito: Divulgação)

Acompanhando as últimas notícias, inúmeros pontos de vista, em diversos contextos e cenários, circulam em nosso dia a dia. Há diversidade de opiniões de pessoas que cobram por mudanças e transformações ao mesmo tempo. Cobrando o país, governantes, das outras empresas, do vizinho, sempre dos outros, tudo simultaneamente. Mas quando olhamos para nós, para o nosso dia a dia, o quanto estamos realmente fazendo de mudança com o que cabe a nós? Temos essa resposta?

Questionamentos como: O que escolho para entrar em minha casa? O que compro para minha família e amigos? Que tipo de relações e valores quero ver no mundo?

E, por isso, a frase “A cada dólar que eu gasto eu contribuo no investimento do mundo que eu quero viver.” , reflete meus passos atualmente.

Estive ausente do mercado por 2 anos e, durante esse período, busquei significados em minha carreira profissional. Estava buscando por essa transformação que tanto falamos ou cobramos dos outros. Fui então buscar em uma das origens teóricas do nosso mercado, o conceito de missão, visão e valores, e com isso, (re)descobri o que há muito tempo havia esquecido:

A missão de uma empresa é o benefício que ela quer ver no mundo.

É por meio desse benefício que nós, seres humanos, nos tornamos consumidores, e entender o que irá me auxiliar em minha jornada, me fará querer aquilo para meu dia a dia; e é através dos valores que teremos uma relação de longo prazo.

Estamos em um momento do mundo, que pede por mudanças mais gerais e amplas. Esse benefício não pode ser tão, e somente, egóico como foi nos últimos anos. Sim, ainda temos uma pirâmide de necessidades para cumprir, mas se o resultado de minha entrega diária, à uma corporação, não estiver gerando benefícios para todes, eu estou fazendo algo que não condiz mais com o nível de consciência que temos sobre o mundo hoje (ou que pelo menos eu acredito que já deveríamos ter).

Tanto se fala sobre isso em cursos de autoconhecimento, retiros e nas rodas de partilha – mas porque não levamos isso para toda a nossa cadeia? Para além de nosso mero consumo?
Porque não conseguimos engajar em conversas realmente transformadoras que nos façam olhar para nossos parceiros, nossos fornecedores, nossa matéria prima, nossas relações comerciais e toda a nossa cadeia?

Quais relações, e que mundo estamos construindo a partir desse nosso lugar de privilégio como empresários, lideranças e pessoas que têm (alguma) influência no todo?

Seguimos exigindo e cobrando mudanças de um mundo lá fora, mas ainda temos muito o que fazer da porta pra dentro.

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