15 de maio de 2025 - 14h00
Nos últimos anos, tenho conversado com centenas de CFOs e líderes financeiros, e uma verdade é quase unânime: o contexto econômico atual tem exigido mais da área financeira do que jamais vimos antes. Juros altos, dólar oscilando, margens pressionadas e investidores mais exigentes nos obrigam a fazer mais com menos e fazer mais rápido, com mais precisão e menos margem para erro.
Esse ambiente de pressão está acelerando uma transformação importante: a digitalização real da gestão financeira. E não falo aqui de simplesmente migrar relatórios de Excel para PDF. Estou falando de algo mais profundo de plataformas que ajudam a antecipar riscos, reagir com velocidade e gerar inteligência de negócio a partir dos dados.
A taxa Selic ainda gira em torno de 14% ao ano. Para quem gerencia o caixa de uma empresa, isso significa um custo de capital alto e menos espaço para errar. Soma-se a isso a volatilidade cambial, com o dólar fechando 2024 acima dos R$6,00 e mantendo patamares elevados, e temos o cenário perfeito para exigir do financeiro uma postura não apenas operacional, mas verdadeiramente estratégica.
É aqui que a tecnologia entra como diferencial competitivo. Temos visto nossos clientes ganharem agilidade e assertividade ao adotarem soluções que centralizam dados, automatizam fluxos e permitem visualizações inteligentes e análises preditivas. Não é exagero dizer que muitas dessas empresas tomam decisões em dias que antes levariam semanas com impacto direto nos resultados.
Mas, ao mesmo tempo, ainda me surpreende como muitas grandes organizações continuam presas a processos manuais, descentralizados, alimentados por dezenas de planilhas isoladas. Segundo uma pesquisa recente da Flash, quase metade das empresas brasileiras ainda organiza dados operacionais dos colaboradores no Excel. Isso mostra que a transformação digital ainda tem um longo caminho a percorrer, mesmo dentro de grandes corporações.
O papel do CFO mudou. Hoje, ele é peça-chave para garantir a resiliência e o crescimento do negócio. Isso exige não apenas domínio técnico, mas visão estratégica e ferramentas à altura da complexidade que enfrentamos.
Na minha visão, o tempo será o maior diferencial competitivo da próxima década. A capacidade de transformar dados em decisões em tempo real não será mais um luxo — será o novo padrão. E quem entender isso mais rapidamente, vai liderar a próxima onda de crescimento.
Por isso, minha provocação a você, que lidera ou participa da gestão de uma grande empresa: a área financeira da sua organização está pronta para esse novo protagonismo? Ou ainda está presa ao passado? Porque o futuro — mais ágil, inteligente e integrado — já começou.