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Territórios de afinidades

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Opinião

Territórios de afinidades

Vivemos um novo contexto de mídia no qual as definições verticais não conseguem mais explicar o mundo


6 de abril de 2016 - 11h13

Vivemos um novo contexto de mídia no qual as definições verticais não conseguem mais explicar o mundo, nem o consumo das pessoas. Há uma “ldquo;horizontalização” nas relações e nos interesses de todos, que acaba por ampliar as percepções e as redes entre as pessoas. Nesse sentido, cada contato do consumidor com as mídias e com as suas marcas tem características bem específicas e acontece dentro de determinados territórios de afinidades.

Justamente por isso, considero bastante pertinente pensarmos o que vem a serem tais territórios. Etimologicamente, um território é definido em dicionário como uma “grande extensão de terra. Área de um país, de um Estado, de uma cidade etc.” Tal definição, logo de cara, já nos faz enxergar que estamos diante de algo extenso, grande, dilatado. Exatamente como são os territórios do consumo de mídia. É certo que sempre existem áreas limites, que demarcações são feitas, mas estamos falando, igualmente, de algo extenso, grande, amplo. Assim sendo, acredito que, dia após dia, se faz necessário explorar esses territórios a fim de entendermos a importância de cada um deles para o consumidor de conteúdos e informações em cada tipo de mídia, plataforma ou suporte.

Buscamos entender quais são os fatores mais e menos importantes quando as pessoas estão consumindo mídia. Além dos números, há diversas descobertas e destaques, imprescindíveis para entendermos, minimamente, o consumo de mídia na contemporaneidade. Credibilidade, atualidade e profundidade se transformaram nos motivos mais citados em pesquisas e, embora a autoridade das marcas de mídia seja desafiada, continuamente, pelos consumidores, é a elas que eles recorrem quando desejam ter a certeza de que uma informação é confiável.

Portanto, cada contato do consumidor com as mídias e com as suas respectivas marcas tem características específicas e acontece dentro de determinados “territórios de afinidades”. Soma-se a isso o fato de que a procura de conteúdo e informações nas mídias tem algumas motivações mais específicas ainda e podem ser separadas em silos principais.

Essas descobertas apontam que os diferentes meios de comunicação precisam entender as circunscrições de cada um dos territórios para que possam se apropriar deles e se diferenciarem pelas motivações de seus consumidores. Não há outra possibilidade na atual conjuntura de “empoderamento dos consumidores”.

A tônica do momento nos obriga a enxergar os meios de comunicação além do que conhecemos e estamos acostumados a trabalhar no nosso dia a dia. Não importa se estamos falando de um meio impresso, digital, só digital, só impresso etc, precisamos entender o valor da marca e a amplitude do território onde as afinidades se manifestam. Só assim, potencializaremos as associações que são feitas nas marcas das mídias. Afinal, apenas as marcas relevantes e com identidade forte é que serão responsáveis pelo crescimento da penetração dos meios de comunicação e da emergência de novas pessoas em contato com elas.

*Diego Oliveira é diretor de contas da Ipsos Media CT

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