ProXXIma
11 de agosto de 2017 - 7h28
Por Fabio Sayeg (*)
Quando uma empresa possui uma cultura de dados bem estruturada consegue identificar o perfil detalhado dos clientes e desvendar seus desejos de consumo, possibilitando assim criar campanhas personalizadas que alavancam as vendas. Neste novo universo da publicidade, a inteligência criativa é o combustível para ganhar mercado, ampliar a geração de leads e engajar consumidores com conteúdos de alto impacto.
(A equação é simples: análise de dados + inteligência criativa + conteúdo relevante = lucro)
Parece óbvio, não é mesmo? Pois saiba, caro leitor, que apenas 25% das empresas se classificam como digitalmente maduras*.
Abro este artigo fazendo este preâmbulo porque sabemos que a meta do cliente, claro, é sempre aumentar sua receita recorrente. Mas como atingir a desejada lucratividade se o cliente não quer sentar na mesma mesa?
É neste ponto que quero chegar: para alcançar o ROI dos sonhos é necessário implementar uma cultura que chamamos aqui na Zoly de “Data Business”.
As empresas muitas vezes nos procuram para digitalizar seus negócios, depositando toda esperança no nosso planejamento estratégico. Quanto a ter essa responsabilidade não há problema. Faz parte do business. Mas, para alcançar o ROI esperado, insisto sempre que a empresa precisa, antes de mais nada, executar ações fundamentais, começando por organizar e empoderar seu departamento de Business Intelligence.
Abra o olho. Se quer ganhar o jogo dos dados, passou da hora de preparar sua empresa para o Data Business.
A tecnologia transformou a maneira como as empresas se organizam e desenvolvem seus processos. Independentemente de tamanho e segmento de atuação, as organizações têm de estar prontas para atender às demandas de um mundo profundamente digital.
Alcançar o retorno sobre o investimento exige do cliente um envolvimento de corpo e alma em todo processo. É importante ter a clareza de que é essencial fornecer informações indispensáveis ao marketing de performance – em 99% dos casos são dados que somente o cliente possui e consegue acessar. Mais ainda, é fundamental entender que há um período de testes para mensurar a receptividade e interação da audiência.
Sabemos que fazer essa transformação é um desafio que tem sido encarado diariamente por gestores de marketing e negócios. No Brasil, 96% das organizações passam por turbulências no processo de transformação digital**. Para amenizar esta travessia, a primeira etapa é catequisar o cliente em temas como digital, performance, atribuição, jornada do consumidor, análises de lifetime value (LTV) e os diversos passos que envolvem a digitalização de processos.
Ok, ok, irá dizer seu cliente. Mas e o ROI, como fica?
Quando a pergunta vem antes dos primeiros passos, a cultura digital precisa mesmo de uma atenção especial. É preciso deixar tudo às claras, apresentar o planejamento detalhando cada uma das etapas, mostrar quais são os KPIs que serão controlados; tudo exemplificado em uma linha do tempo com as expectativas devidamente alinhadas.
Tenha cuidado. Se o time do cliente não implementar as premissas para perseguir a melhoria da performance a partir do big data, a tendência é que o estresse entre os times operacionais se acentue.
Fato é que, na prática, essa cultura de dados ainda não existe na maioria das empresas. A equipe de TI não dá ouvidos ao marketing, o CMO ainda não é o dono do negócio de ponta a ponta para exigir essa priorização e a empresa não tem um time totalmente preparado para trabalhar dentro da nova realidade.
A importância de educar os processos.
Para chegar lá, é essencial então o aculturamento digital, educação, treinamento e visão de resultados. A receita é transformar a relação com os clientes em uma parceria construtiva e transmitir conhecimento ao ponto de não ser preciso que a agência assuma funções operacionais.
Permita-me a liberdade de fazer uma pergunta indelicada: sua empresa já está preparada para a economia dos dados? Se não está, fique atento porque big data não é futuro e a oportunidade está passando (se já não passou).
Por isso, convido o leitor a fazer uma autocrítica para entender como sua empresa está coletando e organizando os dados. Muitas organizações ainda veem o marketing digital como um custo e não como um investimento por não entenderem claramente qual o retorno que podem alcançar e nem o tempo necessário para conquistar grandes resultados.
Em resumo, para que as estratégias de data business tragam maior competitividade, as empresas precisam da colaboração de funcionários em todos os níveis e setores. A partir dessa integração, a identificação de falhas e a correção de rotas será feita e os prejuízos serão amenizados.
#Ficaadica: prepare sua empresa e mergulhe de cabeça no Data Business para não perder terreno para um concorrente que sabe monetizar os dados melhor do que você. Afinal, você possui um banco de dados ou um bando de dados?
(*) Fábio Sayeg é o CEO e Cofundador da ZOLY. Atuou nas áreas de desenvolvimento de novos negócios no Instituto Ayrton Senna e de gerenciamento de mudanças e comunicação na Novartis para implementação do SAP. Também foi fundador da WROI, em 2006.
*Relatório global Adapting Your Company to a Changing World, desenvolvido pelo MIT Sloan Management Review e Deloitte
**Pesquisa global The Agility Trap, realizada pela Bizagi – helper.bizagi.com/activities/The_Agility_Trap/