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Economia compartilhada: as startups de estratégia sustentável

Marketing boca a boca e de conteúdo estimulam a popularização da categoria, que nos últimos anos ganhou destaque com empresas inovadoras e com produtos e serviços escalonáveis


2 de fevereiro de 2021 - 6h00

Desde carona à hospedagem, o consumo compartilhado vem influenciando a economia mundial. Seja pelos preços relativamente menores, seja pela comodidade e praticidade dos serviços, o segmento traz à tona práticas comerciais de acesso a bens e serviços que dispensam aquisições ou, em alguns casos, até mesmo trocas monetárias. O modelo foi incitado, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção de Crédito (SPC Brasil), de 2019, por fatores como preocupação com o meio ambiente, desejo de estabelecer novas conexões sociais, benefícios em diversificar fontes de renda, redução de custos e desenvolvimento tecnológico. Nos próximos dois anos, o número de pessoas dispostas a, cotidianamente, adotarem mais práticas de consumo compartilhado é de 81%. Não é à toa que startups, como Airbnb e Uber, ganharam destaque, nos últimos tempos.

Para Lilian Natal, head do Distrito for Startups, um programa de desenvolvimento para startups, há inúmeras oportunidades de economia compartilhada para empresas focadas em inovação, baixos custos de manutenção e entregas escaláveis. “No mercado, há desde sites de compra compartilhada, que explodiram na década passada, até os empréstimos peer-to-peer e o crowdfunding. A evolução de tecnologias como blockchain, geolocalização e inteligência artificial tendem a deixar essas soluções ainda melhores e mais seguras”, diz.

Tamy Lin, CEO e fundadora do aplicativo de aluguel de carros Moobie, destaca que, atualmente, a economia compartilhada está aliada a criação de cidades mais sustentáveis, logo, é preciso analisar se esse modelo é ou não tangível no longo prazo. “No futuro, é visto como um risco o surgimento de várias startups oferecendo o mesmo tipo de serviço, com algumas diferenças”, afirma. Assim, segundo a profissional, é preciso ter um planejamento bem estruturado para não cair na mesmice.

 

De acordo com o levantamento da CNDL e do SPC Brasil, cerca de 98% da população enxerga vantagens no consumo colaborativo (crédito: reprodução)

Presença no Brasil
Nos próximos dois anos, o número de pessoas dispostas a, cotidianamente, adotarem mais práticas de consumo compartilhado é de 81%. A maioria da população, ou seja, 74%, pelo menos uma vez na vida, já utilizaram serviços que envolvem a troca ou o compartilhamento de bens e serviços, ainda que sem frequência definida. Entre os serviços mais usados pelos brasileiros, estão os de caronas, de aluguel de imóveis para curta temporada e de compartilhamento de locação de roupas. No futuro, a população, ainda, mostrou interesse em explorar serviços de coworking, de aluguel ou troca de brinquedos e de hospedagem de animais de estimação na casa de terceiros.

No Brasil, diz Tamy, os serviços de economia compartilhada ainda são bem recentes, porém, é um modelo eficiente, prático e barato, “que caiu no gosto das pessoas, ainda mais em tempos de pandemia, quando precisamos fazer quarentena e diminuir as despesas. Com o interesse em ter mais opções de negócios sustentáveis, acredito que, nos próximos anos, tenha um boom de startups de economia compartilhada, distribuídas por todo o País, oferecendo serviços inovadores”. Lilian ressalta que, no mundo, surgem, cada vez mais, startups de economia compartilhada: “A geração Y, que já é a maior e tem de 24 e 40 anos, possui valores diferentes de gerações anteriores. E, dois deles vão ao encontro dessa tendência: eles têm muito mais consciência sobre sustentabilidade e valorizam mais a experiência e o serviço em si em detrimento do ter”.

Barreiras culturais
De acordo com o levantamento da CNDL e do SPC Brasil, cerca de 98% da população enxerga vantagens no consumo colaborativo. Os benefícios apontados são a oportunidade de economizar dinheiro e as chances de diminuir o consumo excessivo. Questões relacionadas à cidadania, como poupar recursos naturais (34%) e ajudar outras pessoas (33%) também foram citadas pelos entrevistados. No entanto, apesar do crescimento da economia compartilhada, no Brasil, os serviços desse segmento ainda enfrentam barreiras culturais e resistência por parte dos consumidores. Falta de confiança e o medo de serem passadas para trás pela tecnologia, carência de informação, perigo de lidar com pessoas estranhas e ausência de garantias, em caso de descumprimento de acordo são as principais inseguranças dos brasileiros. A preocupação da população indica a necessidade do aprimoramento da segurança de serviços da economia compartilhada.

Para tornar a economia compartilhada mais popular, afirma a head do Distrito for Startups, é investir no marketing boca a boca. “Como as pessoas ficam meio desconfiadas antes de começar a utilizar esse tipo de solução, ter a chancela de alguém que seu cliente já confia ajuda bastante a superar essa primeira barreira, sobretudo com mais um incentivo financeiro, como cashback”, explica. Além disso, aponta o marketing de conteúdo, capaz de educar os potenciais clientes sobre determinada solução até que confiem o suficiente para a testar. Para a profissional da Moobie, a melhor estratégia é trazer o lado humano para o centro do produto e ações de marketing precisam estar alinhadas a esse propósito de não oferecer um serviço de qualidade, mas proporcionar que aquele usuário faça parte de uma mudança ainda maior na sociedade.

*Crédito da foto no topo: Qualcomm Snapdragon/Pexels

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