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Segunda onda de canais digitais ativa startups especializadas
Reposicionamento recente do Carrefour com base em um novo app e o crescimento do digital nas receitas de grandes empresas demandam cada vez mais serviços especializados
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Luiz Gustavo Pacete
5 de novembro de 2020 - 8h00
O reposicionamento de uma marca, usualmente, vinha acompanhado de uma mudança no logotipo, no slogan ou até no conceito. Em tempos de transformação digital, essa lógica pode estar se alterando. Na semana passada, o Carrefour estreou um novo posicionamento tendo como centro o aplicativo Meu Carrefour que ficou com a missão de proporcionar aos consumidores da rede o acesso a produtos com um programa de recompensas que inclui marcas parceiras como O Boticário, Outback, Mobly, Chilli Beans e Cornershop.
Casos como esse dão um sinal claro dos novos tempos. A digitalização acirrada das grandes empresas ampliou o papel e importância de plataformas digitais no negócio e não mais apenas na comunicação ou no marketing. “Nosso investimento em inovação vem acontecendo intensamente nos últimos dois anos e o novo app vem coroar estes esforços, com um ecossistema que conecta todos os nossos formatos, facilitando o dia a dia dos nossos consumidores”, diz Luis Moreno, CEO do Carrefour Varejo.
Léo Xavier, fundador da da Môre, startup responsável pela concepção e criação do novo app Carrefour, explica que existe uma segunda, até mesmo uma possível terceira onda do redesenho de estratégia de canais digitais. “Isso ocorre basicamente porque a representatividade do digital no share de vendas vem crescendo a dois dígitos nos últimos 3 anos e, dentro do digital, é em plataformas móveis que ocorre o maior crescimento. Isto porque dentro da audiência digital é composta, mobile chega a representar mais de 80% em muitos casos. Logo, houve um senso de urgência para revisitar experiência de uso e interface dos produtos digitais móveis”, diz Xavier.
“Isso exige uma mudança de mentalidade dentro de muitos varejistas, transitando de uma abordagem de projetos (começo, meio e fim) para uma de produtos (evolutiva e contínua). Esse amadurecimento traz consigo o entendimento da necessidade de um olhar mais completo para o produto digital e aqui reside uma ótima oportunidade para empresas de martech. Disciplinas como App Growth e App Engagement passam a fazer parte do dia-a-dia dos varejistas, que entendem a importância de instaurar práticas de gestão de produtos digitais típicas de start-ups. Logo, Há também uma maior sofisticação no mundo de Data & Analytics”, diz Xavier.
Neste contexto, abre-se então, espaço para plataformas e empresas globais e locais, que têm em comum o fato se serem nativas do mundo mobile. “Start-ups como a brasileira RankMyApp e plataformas globais como AppsFlyer e Localytics passam a ser fundamentais para garantir uma gestão estruturada de canais digitais. Indo além do mundo de aplicativos como conhecemos, há também campo aberto para estender presença em outras plataformas como WhatsApp e Instagram, que têm altíssima vocação transacional, bem como explorar novas interfaces como a voz nos mundos dos assistentes digitais, como Amazon Alexa e Google Assistente.”
Raphael Augusto, head do Liga Insights, explica que, neste movimento descrito por Xavier, as startups ajudam na construção dos apps e na ampliação da estratégia de atuação das empresas com a parte tecnológica, que ajudam na construção de performance, exibição, de entendimento do cliente e acompanhamento do ciclo de compras. “Podemos citar também a Inteligência Artificial, que ajuda no entendimento e interação mais ampla e profunda dos clientes, como também trazer features para essas empresas monitorarem como ser mais conveniente e mais cômodo para o cliente e isso traz uma série de ferramentas que possibilitam a empresa uma gestão muito mais clara, quase que individualizada de cada um dos clientes”, explica Raphael.
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