Como estrategistas podem usar IA hoje
A Inteligência Artificial surge como solução para escalar o pensamento estratégico para a dinâmica que o mercado demanda, ao permitir que estrategistas possam pensar melhor
A Inteligência Artificial surge como solução para escalar o pensamento estratégico para a dinâmica que o mercado demanda, ao permitir que estrategistas possam pensar melhor
9 de maio de 2025 - 10h07
Em um cenário de multiplicação de canais, aceleração de mudanças e excesso de dados, líderes enfrentam o desafio de manter a qualidade das decisões estratégicas na escala que o mundo atual demanda. Segundo a Oracle, 74% dos profissionais relatam que o número de decisões que precisam tomar diariamente aumentou dez vezes nos últimos três anos, e 86% afirmam que o volume de dados tornou essas decisões mais complexas.
Nesse contexto, a Inteligência Artificial surge como solução para escalar o pensamento estratégico para a dinâmica que o mercado demanda, ao permitir que estrategistas possam pensar melhor, decidir melhor e fazer melhor — com mais velocidade, precisão e impacto.
Com base na minha experiência em criar estratégias a partir de dados e comportamento de públicos, observo que um planejamento bem estruturado costuma seguir cinco etapas principais. Em todas elas, a Inteligência Artificial como um acelerador. A seguir, exploro cada fase com exemplos de ferramentas que já estão acessíveis a estrategistas hoje.
Toda estratégia começa com a compreensão do contexto — interno e externo. Trata-se de organizar informações sobre o mercado, os consumidores, a cultura da organização, os concorrentes e as tendências.
Neste estágio, a IA ajuda a transformar o caos informacional em clareza estratégica. Ferramentas como Power BI com Copilot automatizam análises de dados; Deep Research do ChatGPT ou Perplexity, Claude 3.7 Sonnet e plugins como WebPilot auxiliam na leitura e síntese de relatórios extensos; e plataformas como Kumu permitem mapear relacionamentos e influências de forma interativa.
Mais do que agilizar a coleta de dados, a IA contribui para dar sentido a eles — identificando padrões, conexões e lacunas que passariam despercebidas em análises convencionais.
Esta etapa exige mais do que dados: requer julgamento. O diagnóstico é o momento de identificar o problema real a ser resolvido — aquilo que está no centro das tensões estratégicas.
Modelos de linguagem como o GPT-o3 são úteis ao ajudar estrategistas a sistematizar evidências, cruzar insights e propor hipóteses explicativas. Ao dialogar com a IA, estrategistas conseguem articular perguntas mais relevantes e organizar o pensamento com maior clareza.
É um processo que não substitui o olhar humano, mas o potencializa — especialmente em contextos em que a ambiguidade é alta e os sinais são difusos.
Com o problema claro, o foco passa a ser a formulação de soluções. A IA atua aqui como catalisadora de hipóteses e simulações.
Plataformas como Notion AI e Coda AI facilitam sessões de ideação estruturada; ferramentas como Scenario, ChatGPT com frameworks de decisão ou Runway ML permitem modelar alternativas e prever impactos com mais precisão.
Nesta etapa, a IA ajuda a combinar reduzir a lacuna entre a concepção e a realização, acelerando a execução. Assim, uma ideia pode rapidamente ser executada, permitindo avaliar impactos, adequação e eficácia.
Nenhuma estratégia sobrevive sem uma narrativa bem construída. Apresentar um raciocínio de forma clara, envolvente e convincente é fundamental para engajar stakeholders e garantir adesão.
Ferramentas como Tome.app, Gamma, Canva com IA e Copy.ai auxiliam desde a elaboração de roteiros e storytelling até a produção de textos, imagens e apresentações. A IA atua como um co-piloto criativo, capaz de transformar uma visão estratégica em uma história cativante, persuasiva e acionável.
Finalmente, toda estratégia precisa virar prática. Essa etapa operacional exige organização, detalhamento e capacidade de acompanhamento.
Soluções como ClickUp com IA, Notion AI e Trello com automações apoiam a estruturação de planos com metas, prazos e responsáveis — conectando os objetivos macro às tarefas diárias com fluidez.
É aqui que a IA ajuda a reduzir o tempo e o esforço associados à implementação, permitindo que equipes mantenham o foco no impacto estratégico.
A Inteligência Artificial não substitui o pensamento estratégico — ela o amplia. Permite ao estrategista perder menos tempo com levantamento de dados, ideação, prototipação de soluções, construção de apresentações, detalhamento de ações chave, para agir com mais velocidade e tomar decisões mais embasadas, mesmo sob pressão.
A pergunta, hoje, não é mais se os estrategistas devem usar IA. É como usar — com propósito, discernimento e clareza de processo. Com as ferramentas já disponíveis, é possível transformar a IA em um braço direito da mente estratégica. E isso, no mundo atual, faz toda a diferença.
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