Ano do audiovisual: Ancine anuncia investimentos no setor em 2023

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Ano do audiovisual: Ancine anuncia investimentos no setor em 2023

Agência de cinema e Sindicato da Indústria de Audiovisual discutiram também sobre a necessidade de regulação das plataformas on demand


13 de abril de 2023 - 20h52

O período é de fortalecimento institucional da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e retomada de investimentos no audiovisual brasileiro, afirmou Alex Braga, diretor-presidente da instituição. Ele subiu ao palco principal do Rio2C nesta quinta-feira, 13, ao lado de Leonardo Edde, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sivac) e sócio da Urca Filmes.

Painel Ancine Rio2C

Leonardo Edde, presidente do Sivac (esq.) e Alex Braga, diretor-presidente da Ancine conversaram sobre investimentos no audiovisual no Rio2C (Crédito: André Valentim)

“É o início de um novo ciclo. Todos sabem que passamos por um momento de crise de confiança, de maior instabilidade, mas também de muito trabalho e dedicação. Por isso, uma das nossas tarefas dos últimos anos foi o realinhamento da Ancine ao serviço da sociedade”, falou o gestor.

Para marcar os novos tempos, o diretor-presidente da agência falou de recursos na casa de R$ 1 bilhão já programados para este ano. Sendo assim, o montante inclui, dentre outras verbas, R$ 90 milhões de um edital voltado para vídeo on demand (VOD), a ser lançado em maio, e cerca R$ 20 milhões de parcerias e acordos bilaterais com foco na internacionalização de conteúdo.

“Além disso, a partir de maio, o Comitê Gestor – que tem a Ancine como secretária executiva – se reúne para decidir sobre mais R$ 1 bilhão em investimentos. Então, 2023 será o ano em que o Estado terá a maior capacidade e volume de investimentos da série histórica da política audiovisual”, completou.

Braga afirmou que houve uma mudança no modelo de governança da agência. Como resultado, a entidade atua de maneira compartilhada, contando com câmaras técnicas, pelas quais os processos de decisão também são submetidos. “A Ancine exerce toda a capacidade técnica de estudos e análises para contribuir com todos os processos legislativos inerentes ao audiovisual”, garantiu.

Regulação do VOD

Os representantes da Ancine e do Sivac também conversaram sobre a regulação das plataformas on demand – assunto abordado também pelo Ministério da Cultura no Rio2C, na quarta, 12. Edde comentou que, mais do que conteúdo, a discussão é sobre geopolítica, o que afeta a posição do País no mundo.

“Os problemas que temos aqui na indústria cultural não são diferentes dos de outros segmentos. Trata-se da necessidade de que comprem o nosso produto. É a defesa da nossa identidade e propriedade intelectual. E a Ancine, criada para apoiar o desenvolvimento do audiovisual nacional, tem que participar disso”, salientou.

Segundo o presidente do sindicato, a necessidade de regulação afeta diretamente a participação das produções nacionais nas plataformas. Como exemplo, citou a TV paga, que, por meio de legislações, ampliou as janelas para conteúdo nacional e, assim, ajudou a desenvolver o setor.

A abertura desses espaços, para Edde, promoverá a produção independente, que, por sua vez, colabora com a própria construção da identidade diversa do povo brasileiro no audiovisual. Dessa forma, defendeu a obrigatoriedade da presença do conteúdo brasileiro independente em qual tela for. “É uma disputa quase desleal por conta do tamanho do poder econômico entre os players, por isso, precisa haver a regulação”, falou.

O diretor-presidente da Ancine concordou que, assim como em outros países, a regulação da atividade audiovisual é um processo natural no Brasil. No entanto, nos últimos anos, entre as metas da agência, uma das prioridades foi a manutenção e preservação das salas de cinema.

“O passo do incentivo tem o contrapasso da regulação. Temos que garantir a presença e o direito de propriedade do conteúdo brasileiro. Quando dizemos que somos indústria, estamos dizendo que queremos garantir, com a política audiovisual, sustentabilidade e desenvolvimento para os produtores, realizadores e agentes da atividade no Brasil. E isso não se faz sem infraestrutura e preservação de direitos”, disse.

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