Amamentação e volta ao trabalho: um equilíbrio possível
Com as ferramentas e o suporte adequados, é possível criar uma harmonia entre a realização profissional e as delícias da maternidade

(Crédito: Shutterstock)
A chegada de um bebê é um dos momentos mais transformadores na vida de uma mulher. Com ele, vem também a decisão de amamentar, um ato que não só alimenta, mas estreita os laços entre mãe e filho. No entanto, para muitas mães, essa experiência preciosa vem acompanhada de uma grande preocupação: “Conseguirei amamentar ao voltar ao trabalho?”
No mundo todo, Agosto Dourado é o mês dedicado à conscientização e incentivo ao aleitamento materno. No entanto, aqui no Brasil, menos da metade das mulheres (45%) conseguem chegar aos seis meses de aleitamento exclusivo recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Eu voltei ao trabalho de forma parcial quando o Guilherme tinha apenas 15 dias e amamentei por cinco meses. No meu caso, tinha uma pessoa maravilhosa que foi um verdadeiro anjo da guarda em minha vida, a Helena. Ela foi a minha rede de apoio, essencial para que eu me sentisse segura e tranquila para voltar ao escritório do meio-dia às 16h. Eu amamentava meu filho antes e depois do expediente.
Com certeza era corrido e às vezes um pouco estressante, mas foi uma escolha consciente da qual não me arrependo. Embora eu adorasse ficar com meu bebê, gostava também de trabalhar e queria dar continuidade ao projeto que estava fazendo: a implantação do nosso primeiro contrato de relógios de rua em São Paulo.
O retorno ao ambiente profissional após a maternidade traz consigo uma mescla de emoções. Alegria, saudade e, por vezes, culpa são sentimentos que podem emergir nesse período de transição. Conciliar amamentação e carreira é desafiador, mas é totalmente factível com planejamento e apoio – especialmente das empresas.
No Brasil, a licença-maternidade é de quatro meses, mas empresas cidadãs, como a JCDecaux Brasil, dão seis meses para que as mães tenham mais tempo para se dedicarem à amamentação, proporcionando um início de vida mais saudável para os bebês e fortalecendo o vínculo entre mãe e filho.
Existem casos e casos, mas acredito que muitas mulheres vão se identificar com o meu relato. Eu gostava de me arrumar, sair de casa, interagir com as pessoas e, claro, adorava voltar, tirar o salto e grudar no Gui. Este misto de rotina me fazia bem e fez com que a volta ao trabalho 100% fosse muito mais fluida e tranquila. A culpa existia, mas isso faz parte da maternidade, certo?
O segundo passo foi incorporar outras coisas à rotina, como exercício físico, manicure, vida social e viagens a trabalho. No início fazia em casa tudo que podia, até o dia que precisei viajar. Àquela altura, o Gui já tinha seis meses, mas, mesmo assim, foi bem desafiador.
Como mães, estamos constantemente aprendendo e nos adaptando. Cada experiência é pessoal e única, mas o amor pelo filho e a dedicação ao bem-estar são universais. Com as ferramentas e o suporte adequados, é possível criar uma harmonia entre a realização profissional e as delícias da maternidade, como a amamentação.