O que a fila de Amy Webb diz sobre o futuro
As pessoas não enfrentam fila simplesmente para ouvirem suas palavras, mas sim porque querem se conectar verdadeiramente com ela
As pessoas não enfrentam fila simplesmente para ouvirem suas palavras, mas sim porque querem se conectar verdadeiramente com ela
13 de março de 2024 - 12h20
Todo mundo se sente um pouco ignorante no SXSW. São tantas informações, de tantas fontes e tracks distintas que você escancara sua pequenez. E isso é ótimo. Estar no South By é também um exercício de humildade. Uma vacina anti-ego. É ficar confuso por assistir uma palestra transmitida diretamente do espaço, ao mesmo tempo que o wi-fi do auditório não funciona muito bem.
Minha ignorância passou também por não conhecer a história de diversos dos palestrantes. E uma dica importante que me deram foi: “Não vá pelo nome das palestras, estude sobre quem é o palestrante”. Sábio e justo! Mas são centenas deles, então fui sim pelo click bait em algumas ocasiões. E, no geral, foi bom.
Agora, uma coisa é certa: ao menos para o afegão não tão médio presente em Austin, existe uma rainha: Amy Webb. Eu já havia ouvido falar sobre seu trabalho, mas – como calouro que sou – não tinha ideia da sua dimensão. Ela parece onipresente mesmo semanas antes do evento. É um frenesi tupiniquim. A palestra imperdível, grupos de WhatsApp em polvorosa, pessoas grudadas no aplicativo para tentar um fast-pass, outros evitando aquele happy hour do dia anterior porque chegariam três horas antes para garantirem seus lugares. A própria Amy reconheceu, no início da conversa, o esforço brasileiro em vê-la. É um pouco assustador, especialmente sabendo que a gravação fica disponível na íntegra para todos pouco tempo depois.
Mas é mais ou menos aí que quero chegar: quando se fala de futuro, logo se pensa em tecnologia. Nos vários papos sobre IA, ficou bastante evidente que surgirão centenas de ferramentas que otimizarão jornadas pessoais e corporativas. Isso é fato e nos resta aceitar. A vertente paralela e complementar a essa bate fortemente na tecla de que o futuro é sobre as relações humanas, que o diálogo é a melhor conexão, que a troca de experiências é que leva à evolução. E aí tem um pouco de Amy Webb.
As pessoas não enfrentam fila simplesmente para ouvirem suas palavras, mas sim porque querem se conectar verdadeiramente com ela. Ao vivo, olhar nos olhos mesmo que de longe, sentir a energia, a reação das pessoas, a sincronicidade. A fila (e todo seu contexto) talvez tenha me ensinado tanto quanto seu famoso “Emerging Tech Trend Report”, o qual também recomendo a leitura.
Até a volta!
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