Tudo não terás

10 de março de 2023 - 11h42

Essa é minha quarta vez no SXSW. A primeira, foi em 2017 e fui sem saber ao certo o que eu ia encontrar. Lembro que cheguei cheia de ansiedade e querendo ver tudo ao mesmo tempo.

Com o passar das edições aprendi a priorizar o que realmente importa, a selecionar melhor as palestras, os shows, as ativações e os eventos na cidade. Aprendi, só que não. Com o passar das edições, o FOMO só aumenta. Assim como a consciência de que não é possível ver tudo e estar em todos os lugares.

Tudo não terás. Quer ver a palestra sobre Brand Building & Storytelling? Vai perder o painel do Robert Downey Jr sobre Cybercrime. Quer ver a ativação do Vimeo? Talvez não dê tempo de ver tudo da SXSW Art Program Installation. Quer passar por todos os stands da Creative Industries Expo? Já sabe…

As filas são grandes, a diversidade de temas e mercados também. O importante é escolher o plano A, B e C e caso nenhum deles dê certo, se deixar levar pelas tantas coisas que acontecem no festival e na cidade.

Se quiser tentar ver tudo e fazer tudo, recomendo um bom multivitamínico.

A verdade é que Austin inteira é incrível e vai além do festival. Nesta época, toda cidade fica ainda mais intensa. São shows, ativações e exposições espalhados pelas ruas, bares e restaurantes. E patinetes, muitos patinetes desviando (ou não) das pessoas pelas calçadas. No meio da loucura, não deixe de conhecer a cidade, de tomar um drink assistindo a uma batalha de pianos no Pete’s Dueling Piano Bar, ver um show de blues no Geraldine’s, comprar coisas estranhas no antiquário Uncommon Things, ver uma banda da cidade no Bangers enquanto divide mesa com um grupo de estranhos.

Essa pode ser a minha quarta vez no festival, mas é a primeira como sócia da Produtora Boiler. Isso com toda certeza me influenciou muito na hora de montar o meu schedule. Meu olhar está mais voltado para os painéis sobre gestão de pessoas, liderança, diversidade e crescimento profissional / pessoal da equipe. Em meio a um festival que vai falar tanto sobre AI / VR / metaverso / automatização, para mim, o lado humano sempre seguirá sendo alma de todos os mercados.