Instituições de ensino investem em cursos ESG

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Instituições de ensino investem em cursos ESG

Formação de líderes que querem seguir carreira em ESG abre portas para a criação de cursos e especializações na área


5 de abril de 2023 - 6h08

educação esg

Insper, ESPM, FIA e FAAP, por exemplo, têm cursos e especializações na área (Crédito: Family Stock/Shutterstock)

A importância do profissional em ESG vem muito da credibilidade que dá ao tema não só com os consumidores, mas, principalmente, junto às lideranças que estão à frente da tomada de decisão. Um levantamento realizado pela McKinsey, em 2021, mostra que 83% dos executivos C-level concordam que programas em ESG afetam positivamente o desempenho das companhias.

“É preciso uma pessoa que entenda as necessidades da empresa, que também são necessidades que envolvem várias áreas. Alguém que possa transitar pela companhia, argumentar a favor dessa agenda com o C-level e com o conselho de administração”, declara Renata Faber, head de ESG da Exame. A profissional passou boa parte de sua carreira na área de equity research antes de assumir a posição. Ela acredita que a área de ESG deve servir, cada vez mais, como uma espécie de consultoria interna das organizações.

Por se tratar de um assunto relativamente novo, sobretudo no mercado de trabalho, a emergência do tema representa uma oportunidade para o nicho da educação. Entre 10 e 18 de abril, a Exame Academy, braço de educação do veículo, realizará uma série de aulas gratuitas de MBA em ESG, ministrada por Renata Faber. A head endossa que profissionais que almejam atuar no campo devem ter sede de aprendizado, uma vez que é uma agenda em constante mutação e que traz consigo muita inovação. Gratuita, a iniciativa acontece em parceria com o Ibmec e visa contribuir para a preparação de profissionais que seguirão carreira em ESG.

Projetos similares aconteceram também no ano passado. O mesmo caminho é seguido também por instituições de ensino como Insper, Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e FIA, com cursos de curta duração, pós-graduação, MBA e especializações, a maioria destinada a qualquer profissional que pretenda se aprofundar na área.

Ao lado da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e do UOL Edtech, a Ideia Sustentável, que completa 25 anos em 2023, desenvolveu um curso de pósgraduação em ESG. Voltado para a formação de líderes na área, deverá abordar questões como fundamentos, conceitos, tendências, cenários em ESG, bem como gestão, estratégia, inovação, cultura, comunicação e governança. Ricardo Voltolini, CEO e fundador da consultoria Ideia Sustentável, revela que o curso chega com duas ênfases: uma na formação de não só “tecnocratas” que trabalhem apenas para atender requisitos do mercado financeiro e mirar em premiações, mas líderes humanizados e conscientes com aplicabilidade prática dos conceitos. A outra é fundamentada na inovação. “Entendemos que a inovação é a base da transformação para uma empresa de economia de baixo carbono. Temos muitos desafios e eles não podem ser enfrentados só com melhoria contínua, mas com inovação”, comenta. O lançamento oficial aconteceu em março.

Escalação de terceiros

Mesmo com talentos em ESG ganhando espaço, há ainda um gap de conhecimento, que pode ser preenchido com consultorias. Ricardo Voltolini destaca que existem determinados serviços que são melhor desempenhados quando endereçados por quem tem aptidões mais aprofundadas e de longa data acerca dos assuntos. Há ainda o valor dado à credibilidade e visão externa. Ao longo de sua história, a Ideia Sustentável atendeu 350 companhias, como C&A, Renner e Tramontina, por exemplo. “Quando pensamos em uma estratégia, ela é integrada. Normalmente, existem os grandes temas, os objetivos, metas, métricas e indicadores”.

O CEO avalia que, nos três últimos anos, o mercado encarou um aumento expressivo na oferta do serviço. Mesmo agências de comunicação e bancos, por exemplo, vem criando áreas e consultorias específicas para atender demandas dos clientes relacionadas à agenda ESG. Movimentações do tipo são naturais da oportunidade de negócio que a alta da temática gera e parte do jogo de concorrência do capitalismo. “Minha visão é que esse mercado vai se sedimentando, e quem fica é quem tem o que oferecer: experiência, credencial e histórico

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