Data center se alinha à pauta ESG
Como equilibrar as demandas de empresas por maior eficiência energética com a crescente produção de dados?
Como equilibrar as demandas de empresas por maior eficiência energética com a crescente produção de dados?
Renan Honorato
13 de março de 2023 - 6h03
Os data centers são os centros de tecnologia e armazenagem que sustentam toda internet (e isso não é um exagero). Por de trás das cortinas ou embaixo dos porões das grandes empresas, existem robustas construções cercadas por vigilância 24 horas todos os dias da semana. . Google, Apple, Microsoft são algumas de muitas empresas que utilizam desse serviço para sustentar os modelos de negócios digitalizados. “Olhando de fora, um data center é igual um grande galpão logístico, mas com algumas peculiaridades de segurança ostensiva e de altos padrões”, comenta Ricardo Berbel, gerente de operações e manutenção da Odata.
Até mesmo os bots, como o ChatGPT, utilizam os mesmos dados armazenados nesses centros de armazenagem. Segundo levantamento feito pela OpenIA, empresa que desenvolveu o chatbot, de 2012 até 2018, a quantidade de dados utilizados pelos programas de programação de inteligência artificial cresceu em 300 mil vezes. Outra tecnologia que tem utilizado de forma exponencial na medida que seus desenvolvedores aperfeiçoam os programas é o metaverso e realidade virtual. O levantamento, feito pela Bloomberg Intelligence, estima o crescimento desse mercado atingindo US 800 bilhões em 2024.
Nas apostas de digitalização, marcas buscam alta performance, largura de banda e consistência no software, porém, a demanda de ter data centers em conformidade com as políticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG) toma espaço na mesa de executivos. “Por natureza do negócio, o data center é um serviço que consume muita energia e essas demandas de eficiência energética tornaram-se ainda mais importantes nos últimos anos”, afirma Berbel.
As empresas de data center, pressionadas pelos seus clientes que buscam cumprir com metas que envolvem a minimização dos efeitos no meio ambiente, passam a elaborar programas de eficiência energética. Recentemente, a Marfrig transportou as informações das 12 unidades e quatro centro de distribuição – que estavam na capital paulista – para Santana de Parnaíba. Atualmente, a empresa de alimentos busca cortar em 68% as emissões de gases do efeito estufa.
Nesse sentido, a Odata tem tentado reduzir não apenas os resíduos produzidos pelos quatro data centers em operação no Brasil, como também investe no uso de energias renováveis. Segundo o estudo Schneider Electric, empresa com soluções para climatização nos data centers, como blanking panels que condensam o ar nos racks do servidor e melhoram o fluxo de ar, para evitar superaquecimento podem gerar economia de até 43% no custo anual de energia.
A Odata, por exemplo, trabalha com sistemas de condicionamento fechados que impedem a troca atmosféricas, em outros dizeres, reutilizam a água do próprio sistema para o refrigeramento. Além disso, a empresa começa a investir em parque eólicos com aquisição minoritária da Omega Energia, sobretudo, do parque eólico Assuruá IV, na Bahia. “Utilizamos em 100% das unidades do Brasil fontes renováveis de energia e, agora, com essa movimentação da Odata, passamos a oferecer também aos clientes outras fontes de energia além das disponíveis na rede nacional de energia elétrica”, explica Fernanda Siqueira, coordenadora de ESG da Odata. Fernanda foi contratada pela empresa para ajudar na transição energética da empresa no Brasil, e, anteriormente, foi convidada pela ONU para apresentar suas pesquisas sobre meio ambiente e eficiência energética em assembleia.
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