Siyabulela Mandela: união diminui a desigualdade
Bisneto de Nelson Mandela relembrou o Apartheid e reforçou a necessidade de posicionamento mundial em todos os conflitos e não só naqueles que acontecem no primeiro mundo
Siyabulela Mandela: união diminui a desigualdade
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Carolina Huertas
4 de novembro de 2022 - 12h57
O último dia do Web Summit 2022 contou com a presença de Siyabulela Mandela, bisneto de Nelson Mandela. O ativista, que atuou como diretor da organização Jornalistas por Direitos Humanos na África, subiu ao palco para incentivar o público a olhar para os problemas mundiais e refletir sobre o papel de ação de cada um.
“Hoje eu estou aqui como resultado e consequência direta da raça humana ter se unido para dizer que basta. Em 16 de dezembro de 1966, a resolução 2202 declarou o regime de apartheid na África como um crime contra a humanidade. Para mim e o meu povo, esse foi o começo da mudança na história”, declarou Mandela.
O especialista comenta que durante toda a história, quando as populações mundiais decidem se unir em prol de uma questão, a mudança se torna uma realidade. Ele aponta, que em 1963, a união mudou o futuro de milhares de pessoas. “Isso foi possível porque a raça humana viu a nossa dor e nossos esforços, como um problema deles”, afirma.
Mandela reforça que quando as pessoas decidem tomar lados e determinar as questões são uma responsabilidade de todos, a tendência é diminuir a desigualdade em nível global. Dentro dos apontamentos, o ativista também apontou a diferença existente na atenção que a população mundial dá para situações em diferentes lugares do mundo. Ele comenta que quando a guerra da Ucrânia virou um debate público, em junho, existiam questões similares acontecendo em outros países como na República do Congo e Etiópia.
“Quando aconteceu na Ucrânia, o mundo se levantou e todos estavam falando sobre o conflito e injustiças daquele momento. Eu observo uma tendência de priorizar e levar os problemas a sério quando ele aconteceu na Europa, Estados Unidos ou Reino Unidos. Mas quando os mesmos problemas de injustiça acontecem na América Latina ou na África o mundo fica em silêncio”, disserta.
O palestrante citou também as questões de conflitos no Oriente Médio e provocou a audiência a refletir sobre os diferentes tratamentos e preocupações. E relembrou também que seu bisavô, Nelson Mandela, afirmou que a liberdade deles não estaria completa então o povo da Palestina também não fosse livre.
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