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Opinião

O metaverso não existe

Se há dúvidas e questionamentos, também existe uma grande e forte certeza: todos estarão lá. É uma questão de tempo.


4 de novembro de 2022 - 11h15

Eu vivi a evolução da internet, onde muita coisa parecia ser impossível de acontecer e hoje já está inserida em nossa rotina. Uma década atrás, a gente não transacionava tanto volume de dados como fazemos hoje em dia, e atualmente de forma instantânea. Em um exemplo rápido, no meu primeiro carro eu tinha case de CD, no segundo já usava mp3 player com músicas baixadas previamente e, agora, viajo com infinitas músicas sem carregar uma mídia para isso.

Nesta transformação, as marcas também tiveram que se reinventar – e hoje conseguimos ter campanhas, movimentos e disseminação de mensagens para construção de marca em todos os pontos de contato. Estratégias complementares por narrativa, por canais, por audiência e potencial de impacto. E o que une todos eles é sempre uma coerência e narrativa de marca, que nos permite falar da mesma crença desde um comercial de 30″ até uma colab com um novo creator.

Segundo dados apresentados pela R/GA em seu painel aqui no Web Summit, 68% das pessoas acreditam que os avatares expressam um lado da personalidade que elas não podem ter no mundo real – a oportunidade de se quebrar padrões sociais impostos por décadas. Em outro dado curioso, 50% dizem se sentir mais confiantes por terem interações no mundo virtual.

Esses dados sugerem o desafio que temos pela frente para criar relevância e construir marcas nestes novos territórios. Seremos targets múltiplos e mutáveis. Cada skin, uma persona; cada metaverso, um perfil de consumo, novas aspirações; e para cada ambiente e momento, um propósito. A mesma pessoa, mas nem sempre a mesma persona.

É por ter por todas estas possibilidades que queremos estar lá. Mas por que as marcas não estão em peso lá, ainda? Não tenho essa resposta, mas trago algumas possibilidades:

Faltou tempo. Simples assim. Ainda não deu tempo de fazer acontecer. Acabamos de incorporar de fato este multimeios que vivemos.

Falta regulação. As possibilidades são muitas, mas os riscos também. Não é exatamente um ambiente seguro. Isso gera muita discussão quando falamos em empresas de capital aberto, bancos etc.

Público nichado. Ainda não vimos alguma marca romper a bolha e fazer sentido para uma quantidade maior de pessoas, indo além dos geeks, gamers, jovens e entusiastas.

Se há dúvidas e questionamentos, também existe uma grande e forte certeza: todos estarão lá. É uma questão de tempo. Se o Web Summit é visto por estar cinco anos adiantado, então, este movimento ainda tem uma longa década pela frente.

Inevitavelmente alguma marca será pioneira e reconhecida. A questão agora é saber se estamos dando condições para isso acontecer em nosso cotidiano. Sim, estamos frente à um novo e promissor momento para nosso mercado.

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