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As lideranças femininas em 2023: o que elas esperam para o novo ano
Deh Bastos, Stella Brant, Ana Fontes, Patricia Muratori e outras profissionais da indústria compartilham suas visões para o próximo ciclo
As lideranças femininas em 2023: o que elas esperam para o novo ano
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Lidia Capitani
5 de janeiro de 2023 - 15h54
Após um ano intenso de acontecimentos — guerra entre Rússia e Ucrânia, Copa do Mundo, Eleições e o retorno da vida pós-pandemia –, todos sentiram os impactos dessas turbulências em suas vidas de uma forma ou de outra. As empresas e lideranças ainda estão se adaptando e se acostumando com as mudanças que o mundo sofreu, mas o novo ano chegou, e a vida e os negócios continuam. Para iniciar este novo ciclo, falamos com algumas das mais relevantes profissionais do mercado para saber quais são as resoluções das lideranças femininas para 2023.
As respostas foram diversas. Há quem tenha aproveitado o melhor que 2022 tinha a oferecer e agora reflete sobre como escalar o sucesso para o futuro. Outras preferem priorizar novas agendas importantes como equidade de gênero, diversidade e inclusão e ESG.
Há, no entanto, um ponto que se repete em quase todos os depoimentos: as mulheres querem cuidar de si. Isso se traduz em diferentes abordagens, como o cuidado com a saúde física e mental, ou a necessidade de pausar e equilibrar melhor o trabalho com a vida pessoal.
Essas mulheres estão se preparando para questionar o status quo e promover mudanças em todos os aspectos da vida profissional, e o mercado precisa ouvi-las se quiser evoluir. Confira as resoluções das lideranças femininas para 2023.
“Pretendo em 2023 seguir firme atuando pelas mulheres, apoiando para que elas consigam, por meio da geração de renda, encontrar um caminho para a liberdade financeira e com isso sair, inclusive, de situações violentas. Quero construir cada vez mais pontes, com pessoas e organizações, para colaborarmos na construção de uma sociedade mais justa e mais inclusiva. Construir pontes é um papel fundamental de uma liderança.
Quero fortalecer o conceito que venho divulgando há anos: de que diversidade é uma questão de justiça social, mas é também inovação. Quanto mais diversa e mais inclusiva, mais inovadora será a organização. Diversidade é também sobre economia. Estudos mostram que empresas mais diversas são mais lucrativas.
Nosso planeta precisa de líderes mais conectados ao ESG, especialmente às questões sociais. Não existe mais espaço para pessoas que pensam somente no lucro e não atuam para a construção de uma sociedade melhor para todos. Vou buscar ampliar a minha voz e a de outras mulheres que lutam por um mundo mais justo e mais inclusivo, com a certeza de que se uma de nós não estiver bem, eu também não estarei.”
“Para falar de resoluções, tenho que falar que no ano passado eu fiz uma retrospectiva dos meus últimos cinco anos de carreira e foi muito importante para definir quais resoluções eu quero para 2023. Eu vinha construindo uma rede de networking muito forte, depois de uma construção de narrativa antirracista a partir da comunicação. Depois, parti para um desenvolvimento da minha identidade como publicitária mais robusta, e quando eu voltei para o mercado de publicidade como Diretora de Criação da Publicis, no ano passado, a minha imagem ficou muito associada à criatividade, que foi parte da minha estratégia.
Já 2023 precisa ser um ano de autocuidado. Então, vou dar prioridade para a minha saúde, a mental e a do corpo. Essa é uma resolução muito importante, porque isso impacta o meu resultado como profissional. E uma segunda coisa é começar a escolher e selecionar um pouco melhor quais são os ambientes e projetos que quero participar, para consolidar uma nova narrativa de criatividade. Quero estar cada vez mais ativa nas conversas sobre criatividade, porque o que eu entendo como criatividade é muito diferente do que o mercado pensa. Como uma mulher preta, gorda, periférica, eu falo de uma criatividade que é da rua, do ouvir, do sentir. Então, é sobre como eu transformo toda essa minha vivência, todo esse meu repertório em resultados para os meus clientes e para o público.
2023 será um ano em que, prioritariamente, cuidarei da minha saúde física e emocional, e selecionarei muito bem quais são os projetos em que eu quero estar, para estar neles do começo ao fim, com o propósito de consolidar uma perspectiva de criatividade que é diferente do senso comum: é mais popular, mais da rua.”
“Quando pensei nas resoluções para 2023, passou um filminho na cabeça, pois 2022 foi um ano profissional muito bom para mim. Muitas coisas vividas pela primeira vez, muitas conquistas, prêmios, reconhecimento e conexões importantes. Ao imaginar como 2023 poderia ser melhor, não foi difícil chegar à conclusão: eu quero que mais mulheres empreendedoras e executivas possam viver um ano feliz também – e até coisas muito melhores do que as que eu vivi. Que nosso mercado não seja tão excludente ou sexista, e que a gente aprenda a dividir para multiplicar. Dividir conhecimento, contatos, rede de apoio e aprendizados. Eu quero um 2023 muito mais equânime, com muito mais mulheres ocupando os espaços de tecnologia, inovação e empreendedorismo.”
“Dentre as minhas resoluções pessoais está, definitivamente, separar um tempo para cuidar da minha vida: para poder malhar, me alimentar melhor, para não ser atropelada pelo cotidiano e pela aceleração do dia a dia. Vi isso nas férias, e foi crucial para eu entender a importância do parar para poder recomeçar. Então, isso é a primeira coisa. Sobre a Holding Clube, vamos potencializar ainda mais a pauta da inclusão e diversidade. Estamos criando algumas metas para o ano de 2023 pautadas na cadeia total do começo ao fim, desde os primeiros fornecedores até a entrega total do evento, com empresas que pautam a diversidade e a inclusão, e que estejam mais atentas à questão da sustentabilidade. Isso é uma pauta óbvia, mas que temos muito a fazer ainda.”
“Eu sou do tipo que faz listas de metas e, além disso, cria um calendário para definir quando quero cumpri-las. Olhar para 2022 me fez sorrir ao enxergar tudo o que consegui conquistar em um ano tão complicado, mas também me fez pensar que 2023 será um ano incrível. Então, para este ano, determinei algumas resoluções que possam me ajudar a acompanhar as conquistas que estão por vir. Para a carreira, vou finalizar os estudos em gestão de saúde. Para a liderança, quero seguir sendo uma líder sincera, empática e que entrega confiança às minhas lideradas. Tudo isso para que possamos seguir na meta de escalar a Gestar para continuar transformando a assistência às tentantes, gestantes e mães num ambiente mais respeitoso e menos violento.”
“Em 2023, minha meta é ampliar a equidade de gênero por meio da valorização do trabalho feminino na nossa sociedade. Meu desejo é que o cuidado se transforme em um paradigma criativo para a comunicação de marcas, um modus operandi para as empresas e um novo senso comum que valoriza, reparte, remunera e dignifica o trabalho de cuidar exercido pelas mulheres. O cuidado é o tecido da civilização e precisa ser reconhecido como tal.”
“Minhas resoluções para 2023 incluem garantir o olhar para a diversidade, para os assuntos críticos da sociedade, assim como para a criação de novas oportunidades. Espero contribuir ainda mais gerando impacto positivo para os brasileiros e para a comunidade de milhares de empreendedores criativos que constroem seus negócios no YouTube todos os dias. Com o compromisso de sempre revisitar nossas escolhas, mantendo o crescimento do nosso negócio de forma saudável e sustentável, sempre conectando ao nosso maior propósito: ser uma plataforma plural, acessível, democrática e responsável.”
“Minhas resoluções profissionais são relacionadas a como seguir aprendendo sempre e como gerar mais impacto: formando gente boa, com boa saúde mental e equilíbrio emocional. Para 2023, eu desejo: contribuir para o desenvolvimento da cultura da empresa; liderar e ajudar a formar um time de marketing forte, com alto alinhamento e alta autonomia; ampliar o impacto da Afya na transformação da saúde em conjunto com os médicos, incluindo uma ação relevante para saúde mental; aprofundar meus conhecimentos acadêmicos sobre ESG e conselho de empresas; abrir a cabeça e me inspirar em festivais de criatividade e inovação; e manter o equilíbrio de jornadas para conseguir me dedicar à duas grandes motivações pessoais: família e trabalho.”
“Entre as minhas resoluções de ano novo estão: seguir mantendo um equilíbrio entre vida profissional e pessoal, sempre reservando tempo na agenda para cuidar da saúde física e mental. Isso envolve manter hábitos bons como a corrida, que eu amo. Dormir pelo menos 7 horas por dia e manter uma alimentação saudável. Também coloquei entre as minhas metas produzir conteúdo com consistência. No finalzinho do ano passado, fui convidada pelo LinkedIn para ser LinkedIn Creator e fiquei muito feliz. Então quero conseguir dividir o tempo entre as minhas responsabilidades na Vittude e um espacinho para ler e escrever.”
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