O que aprendi no 1º Google Global Alumni Summit
A imersão no Vale do Silício proporcionou visões mais profundas sobre liderança, inovação e ética no mundo das startups e da tecnologia
O que aprendi no 1º Google Global Alumni Summit
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6 de novembro de 2023 - 6h30
Recentemente, eu e meu sócio Rodrigo Allgayer tivemos a oportunidade de participar, com a Creators LLC, do 1º Google For Startups Global Summit Alumni, um evento que reúne os founders mais engajados nos programas de aceleração do Google for Startups, que selecionou startups de 13 países diferentes na sede do Google em Mountain View, na Califórnia. Foi uma experiência incrível, onde tive a oportunidade de conversar com fundadores de startups de sucesso, que dividiram comigo suas experiências e insights. Neste artigo, vou compartilhar alguns dos aprendizados que trouxe de lá.
Califórnia é um lugar de contrastes, onde a tecnologia moderna se mescla harmoniosamente com a natureza exuberante. Em um momento, você pode estar diante dos arranha-céus cintilantes do Vale do Silício, o epicentro da inovação tecnológica global; em outro, encontra-se imerso nos majestosos parques nacionais, como o Yosemite e Joshua Tree.
O que pude observar estando tão próxima do ecossistema de startups do Vale do Silício é que há alguns fatores que impulsionam a inovação e o crescimento dessa região tão dinâmica. Um lugar de inovação e criatividade, mas também de competitividade e pressão.
Simplicidade e objetividade: No Vale do Silício, as empresas de tecnologia líderes não se perdem em complexidades desnecessárias. Em vez disso, elas se concentram em soluções diretas para os problemas da sociedade e na melhoria das interações humanas.
Tecnologia como solução e conectora: A tecnologia não é apenas um meio de criar produtos, mas também de solucionar problemas sociais e melhorar as interações entre pessoas e tecnologias. É uma ferramenta capaz de resolver desafios complexos.
A importância de aprender com o erro: A falta de aversão ao risco é uma característica importante do Vale do Silício, onde o fracasso é considerado parte do processo de aprendizado. Errar é visto como uma parte essencial do processo de inovação. Isso cria um terreno fértil para o crescimento.
O papel transformador das plataformas: As plataformas desempenham um papel fundamental em corrigir as falhas do mercado ou em criar novos mercados. Elas são o epicentro da inovação e colaboração.
Responsabilidade como habilidade essencial: A responsabilidade é a habilidade principal para alcançar o sucesso no Vale do Silício. Ser confiável e capaz de cumprir compromissos é um ativo inestimável.
Cultura do retorno à comunidade: No coração da cultura do Vale do Silício está o conceito de “Give Back”. A região é conhecida por sua cultura de compartilhamento e colaboração, onde as pessoas estão dispostas a compartilhar suas experiências e ajudar umas às outras. Empresas e indivíduos têm o compromisso de retribuir à comunidade que os apoiou, promovendo o desenvolvimento social e tecnológico.
Execução é o que importa: No mundo do empreendedorismo, a execução é mais valiosa do que uma ideia brilhante. O sucesso reside na capacidade de transformar conceitos inovadores em ações concretas e impacto real.
No Global Alumni Summit 2023, tivemos a oportunidade de vivenciar uma jornada de aprendizado intensiva. O programa teve início online em abril de 2023, conectando 70 fundadores de 13 diferentes países. Durante o período remoto, participamos de 5 grandes sessões de liderança, 75 sessões de coaching e 2 conversas com fundadores de alto nível. Essa imersão culminou com uma visita à Sede do Google Campus em Mountain View, na Califórnia.
No primeiro dia, fomos apresentados ao conceito de “Convidar para Discordar” por Tony McGaharan. A ideia é que o desacordo construtivo pode levar a melhores decisões de negócios. Diferentes backgrounds geralmente trazem mais desacordo, mas também diferentes perspectivas e, consequentemente, maior efetividade nos negócios. Alguns princípios fundamentais foram destacados:
– Iniciar a discussão com a intenção, não com o conteúdo.
– Ser cuidadoso ao atribuir erros a pessoas.
– Abordar abertamente todos os pontos de conflito.
– Criar um ambiente de segurança psicológica, onde as pessoas se sintam à vontade para expressar suas opiniões.
Melonie Parker, Chief Inclusive Officer do Google, compartilhou insights sobre liderança inclusiva. O desafio é não apenas reconhecer as necessidades únicas das pessoas, mas também criar um ambiente que abrace a diversidade de opiniões. A estratégia de inclusão e diversidade do Google é global, mas com ações adaptadas localmente, reconhecendo que cada país e população tem desafios e necessidades específicas. O foco é em criar espaços seguros para a diversidade, e a mensagem é clara: a diversidade deve ser incorporada desde o primeiro dia das startups, uma vez que a sociedade está cada vez mais atenta à diversidade nas empresas e na comunicação.
Durante o evento, tive a oportunidade de entrevistar Lisa Cohen Gevelber, CMO do Google Américas, numa conversa franca onde ela destacou a importância da cultura e do comportamento na trajetória de crescimento das empresas. A mentalidade de crescimento envolve ser honesto consigo mesmo e com a equipe, discutir erros e aprender com eles. Aqui, o importante é oferecer produtos e serviços de alta qualidade, uma vez que a autenticidade na entrega é fundamental para atrair bons clientes e alcançar o crescimento. A mentalidade de lucratividade também foi destacada, especialmente porque os investidores estão cada vez mais interessados em startups que buscam ser lucrativas desde o início.
Anoop Sinha, Diretor de IA e Tecnologias Futuras, compartilhou sua experiência no desenvolvimento da Siri (Apple) e seu trabalho na área de IA na Meta e no Google. Ele destacou as amplas oportunidades da IA, ressaltando que ela pode ser aplicada em qualquer setor para melhorar a vida das pessoas. As áreas com maior potencial de impacto na sociedade incluem saúde, educação e aumento da produtividade. O futuro da IA envolve a evolução dos modelos de linguagem grandes, que serão multimodais, incorporando não apenas texto, mas também imagens, gráficos, sons e muito mais. Isso permitirá uma personalização mais eficaz da IA, beneficiando a sociedade como um todo. A inclusão da IA no currículo de todos os alunos do mundo também foi discutida como uma necessidade.
A discussão sobre ética na construção de algoritmos de IA foi iniciada com Gia Paige Soles, estrategista Sênior de Inovação Responsável no Google Américas. O Google estabeleceu princípios éticos em IA em 2017, que incluem ser socialmente benéfico, evitar viés injusto, ser responsável com as pessoas, garantir segurança, incorporar princípios de privacidade e trabalhar com base no estado da arte em ciência. A adoção desses princípios pode trazer benefícios significativos, como evitar danos à sociedade, aumentar a confiança do público e melhorar a satisfação dos funcionários no trabalho. A pergunta que fica é: na sua empresa, você também usa princípios éticos para criar algoritmos?
Nossa imersão no Vale do Silício proporcionou visões mais profundas sobre liderança, inovação e ética no mundo das startups e da tecnologia. É seguro dizer que esses insights continuarão a moldar nossa jornada como inovadores em um mundo em constante evolução.
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