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Opinião

O que vem depois da Copa? Mais Copa

Após um ano movimentado com a expectativa do hexa pelos brasileiros, podemos esperar mais movimentação no calendário da bola, mas dessa vez da seleção das mulheres


23 de janeiro de 2023 - 1h22

(Crédito: Reprodução/Instagram)

Depois de um ano movimentado com a expectativa do hexa pelos brasileiros, podemos esperar mais movimentação no calendário da bola, mas dessa vez da seleção das mulheres. Esse ano teremos a Copa do Mundo Feminina mais importante da história. É a 8ª edição do torneio e será realizada entre a Nova Zelândia e a Austrália, trazendo a primeira edição no hemisfério sul, além da primeira a ser sediada em dois países, e a primeira competição da FIFA para homens ou mulheres a ser realizada em duas confederações.

Quantas primeiras vezes. E tem mais: pode ser o primeiro título mundial feminino brasileiro da história, porque o Brasil nunca ganhou uma Copa do Mundo Feminina. Mas essa edição promete, pois é o ano em que o país está melhor preparado, nos mantemos no top 10 do ranking de seleções de futebol FIFA 2022. E, não podemos nos esquecer que o futebol feminino cresceu — e muito — no Brasil ao longo dos últimos anos.

A edição de 2019 do mundial feminino foi um marco, com crescimento de audiência de 560% em relação ao torneio de 2015, e os quatro jogos do Brasil estiveram entre as oito maiores audiências globais da competição. Um grande avanço para o país que corriqueiramente aparece no topo de rankings mundiais de machismo, violência contra mulher, desigualdade de gênero, entre tantas outras agressões estruturais realizadas diariamente contra o público feminino.

Hoje, muitas marcas grandes e plataformas patrocinam os principais campeonatos, entidades esportivas e equipes de futebol do país, e isso só mostra a importância e a relevância do esporte. Esses investimentos impulsionam o futebol cada vez mais, aumentando o valor das premiações (na busca de igualar a masculina com a feminina) e a qualidade dos torneios.

A premiação do Campeonato Brasileiro Feminino, por exemplo, aumentou de R$180 mil para R$1 milhão, um crescimento de mais de 450%, porém, vale pontuar que é 4.400% menor que o prêmio da edição masculina. No entanto, outras competições também divulgaram aumento, como a Conmebol com a Libertadores Feminina.

A grande mídia, TVs abertas e canais fechados também já têm mostrado muitos jogos femininos, como os amistosos da seleção, Campeonato Brasileiro Feminino, entre outras competições das mulheres.

Isso tudo para dizer que o futebol feminino só cresce, e isso não é novidade, mas a consolidação da modalidade é realidade que veio à tona principalmente pelos meios digitais, com as redes de mulheres incríveis, como Alê Xavier e Luana Maluf, do Passa a Bola, e Angélica Souza, Renata Mendonça, Roberta Nina Cardoso e Mariana Pereira, integrantes do perfil Dibradoras, entre outras que se propõem a contar histórias que ajudam a desenvolver o futebol feminino com muito conteúdo relevante.

Esse é um movimento muito importante, em um universo em que 49% das adolescentes desistem de praticar esporte por questões de gênero, machismo e masculinização do corpo, segundo uma pesquisa da ONG Plan International. E pensar que nós, mulheres, éramos criadas para sermos espectadoras dos sonhos dos homens, né?

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