O melhor da propaganda são as pessoas

19 de junho de 2019 - 17h29

Hoje, vi a muito antecipada palestra de Scott Galloway, a quem eu sigo em seu canal de YouTube há anos. Para quem não conhece, ele é professor na Universidade de Nova York e faz análises muito assertivas do mercado, especialmente do mercado de tecnologia. Veja no YouTube um resumo do que ele falou:

Contudo, o ponto específico que quero comentar não aparece por completo no vídeo. Quando ele fala que um dos segredos para a felicidade é a família, na palestra (e no livro), a definição de família que ele usa é “pessoas com quem você decide se importar”. O que abre espaço para colocar os amigos dentro da família. Além disso, ele também comenta que ambientes de trabalho, nos quais você se sente admirado e capaz de admirar e expressar essa admiração pelos colegas, são os mais felizes.

O que me traz de volta à propaganda. Sempre disse que o melhor da nossa profissão são as pessoas. Devo meus melhores amigos e minha esposa à esse mercado. E tive a sorte de conhecer uma imensidão de pessoas interessadas e interessantes.

Mas, ao mesmo tempo em que criatividade é um recurso natural inesgotável, as pessoas não são. Seres humanos podem facilmente ficar esgotados e acho que podemos fazer um trabalho muito melhor nessa frente como indústria.

Na minha opinião, o Google faz um ótimo trabalho em cuidar dos seus funcionários. Por isso, vou dividir algumas práticas que aprendi por lá não tão complicadas assim de implementar. Da mais simples à mais complexa, vamos lá:

1. Gerentes devem fazer reuniões semanais ou quinzenais com cada um dos membros dos seus times para discutir desenvolvimento pessoal, bem-estar e carreira. Nada de falar dos trabalhos do dia a dia. Para isso, servem todas as outras reuniões;

2. Crie um ambiente democrático e seguro onde todos se sentem à vontade para dar opiniões e saber que serão ouvidos. Senão, você cria um ambiente de exclusão e ainda perde grandes ideias. Faça pesquisas anônimas para saber se as pessoas sentem que são ouvidas;

3. Crie um ambiente inclusivo e representativo. Mude a forma como você contrata para tentar ter todos os gêneros, raças, credos, histórias e visões. Ideias ficam melhores e mais fortes com diferentes perspectivas e experiências de vida;

4. Respeite o tempo pessoal. Organize os processos para diminuir ao máximo as horas extras e pague pelas horas extras trabalhadas. O custo força a empresa a se organizar;

O único valor de verdade dessa indústria está nas pessoas que fazem ela e na riqueza incalculável que está dentro das suas cabeças e corações. Cuidando melhor dos nossos talentos, seremos todos mais felizes e, acredito, ainda mais produtivos. Todo mundo ganha.