Comunicação

Corte de 4 mil pessoas e fim de redes icônicas: os primeiros passos pós-fusão

Lideranças comentam desdobramentos da fusão Omnicom-IPG, como cortes e extinção de marcas como DDB

i 2 de dezembro de 2025 - 7h02

Omnicom

Demissões decorrentes da fusão resultarão em redução de 8% do total do quadro de funcionários das holdings (Crédito: Divulgação/Shutterstock)

Uma das primeiras – e esperadas – medidas do Omnicom depois de comprar o IPG é o corte de funcionários e de marcas. Mais de 4 mil pessoas serão demitidas e marcas longevas, como DDB, FCB e MullenLowe, deixam de existir.

A FCB será absorvida pela BBDO. Já a DDB e a MullenLowe serão integradas à TBWA. Em e-mail enviado à equipe, Troy Ruhanen, CEO do Omnicom Advertising, disse que grandes mudanças estão em curso, a partir das agências e redes que estão sendo unificadas.

“As decisões que estamos tomando hoje e as marcas com as quais estamos nos comprometendo não são apenas as corretas para o momento presente, mas para o futuro que promete a mudança como uma constante. Essas marcas são atemporais, bem definidas e têm os maiores níveis de awareness em muitos mercados ao redor do mundo”, escreveu Ruhanen.

Em relação às redes que foram aposentadas, ele disse que o melhor da MullenLowe e da FCB serão aplicados nessa próxima fase. Segundo o CEO, a FCB tem o fit perfeito com a BBDO, já quem ambas compartilham da crença de que a criatividade é o principal multiplicador econômico. Enquanto a MullenLowe, por sua vez, encontra sinergia com a filosofia Disruption, da TBWA.

Sobre os cortes, o executivo fez menção ao e-mail anteriormente enviado por John Wren, chairman e CEO do Omnicom. “A nota de John reconhece que diremos adeus a alguns colegas e o mesmo vale para o Omnicom Advertising. Quero reconhecer as contribuições dessas pessoas do time e a dificuldade dessas decisões”.

No e-mail interno, Wren disse que “certos papeis da organização serão eliminados no curto prazo” e que as notícias serão dadas tão prontamente quanto possível, com a intenção de manter a transparência e a privacidade dos afetados. O chairman acrescentou, ainda, que as decisões são necessárias para o futuro coletivo da companhia.

Em entrevista ao AdWeek, Wren disse que o corte de 4 mil pessoas permitirá ir ao encontro das sinergias prometidas pela holding aos acionistas em dezembro do ano passado, quando comunicou a decisão de comprar o IPG.

No início deste ano, o IPG demitiu 3,2 mil pessoas e, nos últimos meses, o Omnicom realizou um corte de 3 mil funcionários. Com as demissões que estão ocorrendo desde primeiro de outubro e nas próximas semanas, o total de posições eliminadas será de cerca de 10 mil pessoas, o que corresponde a quase 8% da força de trabalho da holding de 2024.

Florian Adamski, CEO da Omnicom Media, comentou que não se trata de erradicar trabalhos, mas de construir a companhia do futuro.

No C-level, alguns nomes estão de fora do organograma, como o de Susan Credle, creative advisor do IPG, Alex Leikikh, vice-presidente executivo do IPG, e Eileen Kiernan, CEO global do IPG Mediabrands. Ao Ad Age, o Omnicom confirmou que Susan e Leikikh estão empregados, mas discutindo o futuro de suas posições. Kiernan deixará a companhia.

Outras lideranças que estavam no IPG, como Jacki Kelley, Andréz Ordoñez e Javier Campopiano, terão novos papeis no organograma da empresa resultante da fusão.