La Casa de Carlota & Friends quer neurodiversidade na criação

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Comunicação

La Casa de Carlota & Friends quer neurodiversidade na criação

Estúdio com origem na Espanha chega ao Brasil para dar espaço a criativos autistas, com síndrome de down e esquizofrenia no design


16 de setembro de 2019 - 14h50

Equipe de La Casa de Carlota & Friends em São Paulo. (crédito: divulgação)

Valorizar ideias de pessoas com síndrome de Down, autismo e esquizofrenia, convidando marcas a cocriar com elas, é a proposta do estúdio de design La Casa de Carlota & Friends. Com origem em Barcelona, na Espanha, a empresa acaba de inaugurar oficialmente um escritório em São Paulo, com o objetivo trazer maior representatividade à indústria criativa no Brasil e tirar o estigma sobre essas condições.

O conceito que guia o estúdio é o da “neurodiversidade”, segundo o qual é a complementaridade entre talentos com diferentes condições cerebrais que leva a resultados inovadores. O estúdio brasileiro, em funcionamento desde agosto, é comandado pela diretora geral Luiza Laloni, profissional especializada em branding. Com o apoio das entidades parceiras Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e Associação Abrace, a equipe local selecionou cinco criativos com síndrome de down ou autismo para trabalhar no escritório.

A metodologia da La Casa de Carlota consiste em mapear criativos com diferentes aptidões, respeitando o estilo de cada um, e então realizar workshops de acordo com o briefing de cada cliente.

“Olhamos para cada um da equipe como um indivíduo, onde cada um tem seu próprio tempo e habilidade, que pode ser tipografia, retrato ou ilustração abstrata, por exemplo. Nosso objetivo é criar um sentimento de auto-estima e liderança em pessoas que nunca tiveram protagonismo”, conta Luiza, que já havia trabalhado no escritório em Barcelona. O projeto também tem sedes também em Sevilha, na Espanha, e Medellín, na Colômbia.

O time brasileiro de criativos é composto por Roberto, Lucas, Danyel, Daniel e Tais, e supervisionado por Francesca Tedeschi. A diretora de arte Nina Elias, por sua vez, atua em cocriação com eles para formatar seu trabalho na pós-produção. O escritório local já realizou workshops com empresas como Natura em Danone.

Na semana passada, o estúdio trouxe ao Brasil o time de Medellín para apresentar o projeto a algumas marcas e agências. Nel Correa, diretor criativo à frente da operação na Colômbia, conta que o estúdio tem normalizado a presença de pessoas com síndrome de down e autistas no mercado publicitário. “Inicialmente, os clientes não acreditavam muito na ideia, porque lhes custava a entender que essas pessoas poderiam trabalhar. Acreditamos que o La Casa de Carlota pode abrir oportunidades não só na comunicação, mas na gastronomia, música, administração e outras áreas”, diz.

 

Estampa realizada pela La Casa de Carlota Medellin para a cantora Li Saumet, da banda Bomba Estereo. (crédito: reprodução)

O jovem Sebas Giraldo é um dos criativos da unidade colombiana, e esteve no Brasil para conhecer a equipe local. “Sou designer, mas também sou um líder. Com o La Casa de Carlota, posso desenhar, praticar e viajar para conhecer outros países”, diz Sebas.

“Em qualquer outra empresa, perguntariam se o Sebas conhece a teoria do design e softwares como InDesign, Illustrator e Photoshop. Porém, se esses requisitos fossem usados como critério para contratá-lo, perderíamos todo o potencial criativo único dele”, argumenta Sara Rumié, diretora de arte do escritório de Medellín.

 

Embalagens realizadas para a marca colombiana Hatsu, que propunha uma releitura do arco-íris. (crédito: divulgação)

Um dos desafios para a estruturação do estúdio, globalmente, foi deslocar a iniciativa de um projeto puramente social e mostrar que o trabalho realizado poderia agregar valor para marcas. “Clientes inicialmente chegavam querendo fazer apenas campanhas sociais, e hoje entendem que é interessante ter um grupo que pense na sua marca de maneira diferente”, completa Sara.

Entre os trabalhos já realizados por La Casa de Carlota estão uma série de ilustrações para embalagens da marca colombiana Hatsu. A empresa também é certificada pelo sistema B, organização que reconhece companhias com práticas sustentáveis e de impacto social. a construir processos internos alinhados com valores sustentáveis e de impacto social.

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