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O lado humano de Martin Sorrell

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Comunicação

O lado humano de Martin Sorrell

Em programa de rádio, CEO do WPP lista suas músicas favoritas e reconhece que deu mais importância à carreira do que à vida pessoal


8 de dezembro de 2011 - 11h37

O CEO do grupo WPP, Martin Sorrell, costuma restringir suas entrevistas a temas relacionados a negócios. Mas em um papo de 45 minutos com um programa da BBC Radio Four, ele revelou detalhes de sua vida pessoal e chegou a listar suas oito canções favoritas. 

As músicas escolhidas foram “My Funny Valentine”, na interpretação de Chet Baker (veja abaixo), “Corcovado”, com Astrud Gilberto, “Sally”, de Gracie Fields, “Lista de Schindler”, de John Williams, “Fool on the Hill”, dos Beatles, “Ai Tuoi Piedi”, de Giacomo Puccini, “Englishman in New York”, de Sting e “Sarabande”, de George Frideric Handel.

Sorrell revelou ainda que nasceu apenas um ano após um irmão mais velho, Michael, ter morrido logo ao nascer. “Meus pais sacrificaram muito por mim, por conta da falta de oportunidades”, afirmou. Ele diz que gostaria de ter a mesma relação próxima que tinha com o pai com os três filhos, mas admite que é muito mais complicado. “Eu passei por um divórcio e acho que é uma situação muito difícil que marca as pessoas psicologicamente”, conta.

Na juventude, como estudante de Cambridge, ele viajou para Atlantic City, para uma convenção do Partido Democrata onde conheceu membros da família Kennedy. No entanto, na mesma viagem para os Estados Unidos, ele sofreu um acidente de carro e feriu o rosto.

Ele retornaria aos Estados Unidos alguns anos depois para estudar em Harvard, mas sua mãe pensava que a instituição o havia mudado para pior. “Talvez Harvard tenha me transformado em alguém excessivamente focado em negócios”, admite. “Eles fazem você pensar que pode mudar o mundo. Mas você não pode”, analisa.

O executivo falou sobre a importância de balancear família, carreira e vida social, mas ele admite: “No meu caso, desbalanceei minha vida em diversos estágios e provavelmente dei ênfase mais à carreira do que à família. É muito difícil. Você perde a visão geralmente. Nos primeiros 18 meses de WPP fizemos 18 aquisições”, relata.

Sorrell comentou ainda sobre a possibilidade de aposentadoria. “A expectativa de vida mudou, então precisamos ajustar a maneira como pensamos sobre essas coisas”. Ele diz enxergar-se como alguém que começou tarde – lançou o WPP aos 40 anos, após 10 anos dedicados à Saatchi&Saatchi, onde era diretor financeiro.

Sobre a remuneração e um bônus de US$ 6 milhões que recebeu, Sorrell diz que não há falta de responsabilidade corporativa. “Começamos com uma sala e duas pessoas no WPP. Somos agora uma força econômica significativa. Se estamos bem, precisamos ser recompensados por isso”, diz.

Além de escolher as músicas, que tocaram durante a programação, Sorrell poderia indicar um livro ("Talmud", o livro sagrado dos judeus, foi a opção) e um item de luxo. Sorrell optou por um iPad e um Blackbarry mas, avisado de que não poderia eleger um item eletrônico, ele apontou uma bola e um taco de críquete.

O programa, que coloca o convidado como se fosse um náufrago em uma ilha perdida, tirou ainda uma pérola final de Sorrell. Ele admitiu que não sobreviveria se seu barco naufragasse. “Não consigo nem trocar uma lâmpada”, finalizou.

Do Advertising Age.

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