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Um novo começo para a Cheil no Brasil

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Comunicação

Um novo começo para a Cheil no Brasil

Executivo norte-americano que lançou Wieden+Kennedy em Amsterdã enfrenta desafio de tornar a marca coreana mais relevante no Brasil


22 de fevereiro de 2012 - 2h46

No começo de fevereiro, a Cheil Brasil anunciou que Fernando Barros (ex-Loducca) e Augusto Moya (ex-JWT) assumiriam os cargos de CEO e vice-presidente de criação, respectivamente. Outras mudanças são as chegadas de Marcio Beauclair e Alessandre Siano, ambos ex-Africa, para dirigir planejamento e mídia. Por trás deste movimento está o plano da agência coreana de fortalecer sua operação brasileira, ainda muito aquém de escritórios similares na China e Rússia. 

A nova estrutura de liderança marca também a saída do cargo executivo do coreano Mateo Park, que passa a dedicar-se a funções estratégicas no plano de expansão para outras cidades da América Latina. Isso indica uma alteração de prumo, com a entrega da liderança para mãos brasileiras. Em outras palavras, trata-se de um “novo começo”, conforme indicado por Buz Sawyer, presidente da agência para as Américas, que visitou o Brasil na semana passada. 

“A Cheil identificou que precisava de mais liderança local para dar suporte à estratégia da empresa, de misturar a força da rede global com conhecimento sobre o mercado”, analisa. A rigor, Park já havia tentado cercar-se de líderes nacionais, como Alessandro Cassulino na criação, Silvio Calissi na mídia, Kátia Barros no planejamento, Raquele Rebello no atendimento e Luis Lui em operações, mas apenas os dois últimos seguem na agência.

Sawyer detalha seus planos para o Brasil: “Temos uma estratégia de crescimento orgânico, diferente por exemplo da Dentsu, que fará aquisições. Nós já temos o suporte de uma grande conta, que é Samsung”, revela o executivo. A Cheil chegou ao Brasil em 2003 para atender exclusivamente Samsung, mas decidiu expandir atuação e conquistou contas como Bio Ritmo, CNA e Shopping Vila Olímpia, movimento ampliado após a chegada de Park.

Sawyer tem o mesmo problema nos Estados Unidos, onde a Cheil perdeu a conta de Samsung para Leo Burnett e 72andSunny. “Por lá, o cenário é diferente. A agência perdeu relevância no mercado e precisamos fortalecer a operação com aquisições”, revela.

O cenário tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, afirma Sawyer, não é diferente do vivido na época em que foi designado pela Wieden+Kennedy para abrir o escritório de Amsterdã. E reforça a importância de líderes locais para o trabalho das grandes redes.
Quem vê trabalhos como “Write The Future” e “The Entrance”, sucessos recentes da agência na Europa, para Nike e Heineken, pode se surpreender ao saber que no início este era um escritório problemático. “A Wieden+Kennedy teve até uma certa arrogância de acreditar que o trabalho na Europa poderia ser feito por norte-americanos. Em pouco tempo, percebermos que apesar de sermos fundamentais por causa da cultura da Nike, o trabalho não daria certo se não nos uníssemos com líderes europeus em cada um dos cinco principais mercados do continente”, afirma, referindo-se a Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido. O escritório fundado em 1982, mesmo ano do pioneiro em Portland, hoje é reconhecido pelo regionalismo, já que tem profissionais de 25 nacionalidades distintas.

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