Dupla tenta levar diversidade além das campanhas

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Comunicação

Dupla tenta levar diversidade além das campanhas

Ariel Nobre e Gustavo Bonfiglioli, da Pajubá Diversidade, falam dos desafios de discutir o tema internamente nas empresas


18 de julho de 2017 - 7h01

Em junho de 2016, o artista visual Ariel Nobre e o jornalista Gustavo Bonfiglioli foram convidados para participar de um vídeo da Avon com Elke Maravilha para celebrar o orgulho LGBT e a diversidade. Apesar da experiência, segundo eles, transformadora, ambos perceberam que a mesma diversidade do casting não existia nos bastidores. Daí surgiu a ideia de criar a Pajubá Diversidade, uma consultoria com o conceito de diversidade estrutural para ajudar empresas a tratar do tema em suas estruturas internas.

“Entendemos que para uma transformação efetiva era necessário que trabalhadores diversos ocupassem também cargos de liderança. Em outras palavras, estávamos sendo representados, mas não tínhamos autonomia de representação de fato”, diz a dupla. Desde então, eles passaram a desenvolver consultorias internas para empresas focadas em diversidade estrutural. Ao Meio & Mensagem, a dupla comenta a importância de que o tema vá além das campanhas publicitárias.

Diversidade na publicidade
É importante sim “celebrar” a diversidade nas campanhas externas, mas é preciso também que essas mesmas empresas escutem a mensagem que elas apresentam ao mundo e transformem suas próprias estruturas. Por isso a importância do conceito de diversidade estrutural ao mercado. Isso significa preparar a casa para receber pessoas pertencentes a grupos vulneráveis. Um processo que mescla sensibilização, educação, promoção de culturas marginalizadas, equidade de direitos e políticas anti-discriminação.

 

Ariel Nobre, Elke Maravilha e Gustavo Bonfiglioli (Crédito: Divulgação)

Ações além das campanhas
LGBTs, negrxs, mulheres e outros grupos ainda têm difícil acesso ao trabalho formal – quando finalmente ocupam, várias são as questões de adaptação. Afinal, não basta apenas ocupar o espaço, mas se adaptar a uma “cultura corporativa”. Esse processo conflituoso faz com que essas populações deixem suas culturas da porta pra fora. É preciso enxergar as nossas estéticas, vocabulários, linguagens, códigos e métodos próprios como potências criativas e transformadoras dentro da empresa.

Coexistência
Não é bom só para quem estava fora e ocupa o espaço – também é bom (e urgente) para quem já está dentro. As trocas promovidas com essa coexistência de culturas gera profissionais mais plurais, menos fechados em suas próprias bolhas e mais qualificados para se comunicar com diferentes identidades. O contato com o outro também gera auto-conhecimento pessoal e profissional – e é claro que isso resulta em campanhas mais assertivas. Capital cultural que se converte em capital financeiro.

Causas e marcas
As empresas, através de produtos e publicidade, constroem sentido e sugerem possibilidades de ver e interagir com o mundo. A partir disso, existe uma responsabilidade jurídica, social e cultural dessas organizações em zelar pela dignidade e diversidade de seus trabalhadores e dos impactos dessas narrativas em uma sociedade ainda desigual.

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