Comunicação

Sorrell considera comprar partes da Kantar

Executivo afirma que tem interesse nas entregas de first party data da companhia, que será parcialmente vendida pelo WPP

i 18 de abril de 2019 - 12h44

Martin Sorrell, CEO da S4 Capital, diz que compraria partes da Kantar, mas descarta participação majoritária (Crédito: David Paul Morris/Bloomberg)

Ao divulgar o primeiro relatório financeiro da S4 Capital, Martin Sorrell enfatizou o foco da companhia em first party data como caminho para crescer nos próximos três anos.

Uma das possíveis soluções para atingir esse objetivo seria a compra da Kantar, da qual ele é um dos acionistas. O WPP pretende vender boa parte da empresa e o executivo disse, em entrevista ao The Drum, que caso a holding queira vender partes dela, ele tem interesse. Descarta, porém, a compra das ações majoritárias.

Quando o executivo – que esteve à frente do WPP, grupo que fundou, até abril de 2018 – diz que compraria “partes” da Kantar, está justamente se referindo à entrega de first party data da empresa, que inclui a divisão de dados digitais Lightspeed, o braço de pesquisa sobre consumidores Kantar Worldpanel e a unidade de monitoramento de mídia Kantar Media.

O WPP acaba, no entanto, de unir as marcas individuais da Kantar sob um único escopo, com o intuito de facilitar o entendimento dos clientes. Segundo o The Drum, Sorrell não está em negociações com a holding. Ele critica a falta de habilidade do grupo em costurar first party data e compra de mídia e afirma que vai fazer diferente na S4 Capital.

A Kantar é avaliada em US$ 3,5 bilhões e Mark Read, CEO do WPP, diz que pretende reter de 25% a 40% da participação na Kantar, que estaria sendo cobiçada por empresas de fundo privado como Apax Partners, Bain Capital, Cinven e TPG.

No último domingo, 14, o Publicis Groupe anunciou a compra da Epsilon, por US$ 4 bilhões, com a mesma intenção de capacitar a holding com first party data. Ao The Drum, Sorrell comentou que o movimento não vai resolver o problema de crescimento de receita do grupo francês. “Acho que foi feito por razões defensivas. Com uma capitalização de mercado de € 11 bilhões, o Publicis está vulnerável”, disse.

Crédito da imagem no topo: Divulgação