Sadoun e Lévy têm salários reduzidos em 30%

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Sadoun e Lévy têm salários reduzidos em 30%

Publicis Groupe anuncia corte no salário do board e diz que líderes locais terão de se ajustar conforme a realidade de suas regiões


13 de abril de 2020 - 14h42

Por Lindsay Rittenhouse, do Ad Age

Salário de Arthur Sadoun, CEO e chairman do Publicis Groupe, foi reduzido em 30% (Crédito: Divulgação)

Na divulgação antecipada do relatório financeiro da holding para o primeiro trimestre de 2020 nesta segunda-feira, 13, o Publicis Groupe reportou declínio de 2,9% em receita orgânica e 17,1% de alta em receita líquida. Inicialmente, a companhia francesa lançaria o balanço em 23 de abril.

Segundo Arthur Sadoun, CEO e chairman da operação, os dividendos a shareholders serão reduzidos pela metade: de US$ 2,51 passarão a US$ 1,25 e os pagamentos serão feitos com atraso, em 28 de setembro. O executivo também informou que seu salário foi diminuído em 30% e os membros do board e do comitê tiveram cortes de 20%. Maurice Lévy, chairman do board, também teve o salário reduzido em 30%.

No vídeo semanal enviado à equipe desde o início da rotina de home office, Sadoun disse que a companhia tem se esforçado para ser o mais transparente possível sobre suas decisões relacionadas à pandemia do novo coronavírus. Ele afirmou que as primeiras ações da holding seriam o congelamento de contratações (embora a BBH Nova York tenha contratado um novo CCO recentemente) e o corte do budget para freelancers, mas que agora “está claro que devemos ir adiante”, justificando a redução dos salários e dos dividendos.

O CEO não mencionou demissões, mas disse que o líder de cada país será o curador de um plano de corte de custos que irá variar em cada país.

“O mundo tem passado por muitas crises globais, mas nada como a que estamos enfrentando hoje. Não tenho dúvidas de que superaremos esta crise”, declarou Sadoun.

Em entrevista concedida depois da divulgação do vídeo, Sadoun confirmou que não houve demissões. Ele explicou que o planejamento de custos passou das mãos da holding global para as dos líderes locais, com “angariamento de recursos para proteger nossas pessoas” como prioridade.

Ele disse que com o lançamento recente da Marcel, a plataforma de inteligência artificial da Publicis que vem sendo construída nos últimos três anos, os funcionários que trabalham remotamente podem se candidatar a projetos e tarefas para que o trabalho seja distribuído e realizado por qualquer um que esteja disponível naquele determinado momento. Até o momento, 300 jobs estão na Marcel.

Sobre o investimento dos clientes, Sadoun comentou somente que “toda vez que um cliente sofre, sofremos junto porque somos os parceiros deles… você precisa apenas olhar nossos resultados do primeiro trimestre”.

A pandemia levou ao declínio do crescimento orgânico do Publicis Groupe, de acordo com Sadoun. Na Europa, a receita orgânica caiu 9,2% no primeiro trimestre. “Com a pandemia se intensificando nos EUA, não há dúvidas de que os próximos trimestres serão difíceis, na verdade, muito difíceis para todo mundo”, afirmou.

Nos três primeiros meses do ano, o crescimento orgânico do grupo na América do Norte subiu 0,5% e a receita líquida teve alta de 36,5%. A América Latina foi a região que mais sofreu, com queda orgânica de 10,9%.

A região Ásia-Pacífico apresentou queda de 1,9% em receita orgânica mas, especificamente na China, houve recuo de 15,3% no primeiro trimestre devido à Covid-19.

Algumas agências da holding acabam de promover profissionais: Daniel Lobatón foi anunciado como CCO da Saatchi & Saatchi Nova York, Nicole Roe passou de managing director da Leo Burnett Coréia a CEO do Publicis Groupe na Coréia e Gareth Mulryan tornou-se CEO do Publicis Groupe no Japão.

Em novos negócios, a Leo Burnett acaba de conquista a conta criativa do Bank of America no Oriente Médio. A holding ganhou as contas de mídia e criação da FCA na China.

Jay Pattisall, principal analyst da Forrester, afirma que é muito cedo para dizer quais serão os impactos da Covid-19 sobre o crescimento orgânico das holdings. Mas diz que, se o declínio orgânico do Publicis Groupe na China for algum indicativo do que irá ocorrer na Europa e nos EUA, então a segunda metade de 2020 será um “desafio enorme”.

*Crédito da imagem no topo: Divulgação

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