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Os CTOs serão os novos CEOs das empresas?

Transformação digital impulsiona busca por profissionais de olhar sistêmico e orientado à transformação digital


6 de dezembro de 2021 - 6h00

Na semana passada, Jack Dorsey, cofundador e até então CEO do Twitter, anunciou sua saída da empresa. Em seu lugar, no comando da empresa, assumiu Parag Agrawal, Chief Technology Officer (CTO) da plataforma. A mudança representará maior uso de sistemas de machine learning e inteligência artificial para a rede social.

Essa, no entanto, não é a primeira vez que um CTO assume o cargo de Chief Executive Officer (CEO), passando a responder por toda a operação da empresa. No início do ano, a XP Investimentos, por exemplo, promoveu Thiago Maffra, então CTO, para CEO.

 

(Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock)

Para Reynaldo Gama, CEO da HSM e co-CEO da SingularityU Brazil, a movimentação no Twitter responde a uma necessidade da plataforma por inovação e novidades em termos de ferramentas. Parag ficou conhecido por estabelecer uma abordagem coesa de machine learning e inteligência artificial para os times de consumidor, receita e infraestrutura, já que ele prioriza criar um padrão aberto e descentralizado para redes sociais. Para Gama, há uma ascensão mercadológica dos CTOs relacionada à necessidade de um olhar digital, escalável e sistêmico.

Por muito tempo, o CTO foi responsável por chefiar a área de tecnologia do negócio. Mas, segundo Mário Custódio, diretor da área de recrutamento executivo na Robert Half, há uma alta na demanda por CTOs potencializada pela transformação digital, sobretudo a trazida pela pandemia e seus desafios de negócios. As empresas passaram a buscar parceiros de negócios que conheçam os processos internos e externos de todas as áreas e que tenham conhecimento tecnológico e de gestão.

“Entendo como natural que, em um mundo cada vez mais tecnológico, imerso em um processo de digitalização da economia, o diretor de uma empresa nasça da área de tecnologia. E o impacto é super positivo, visto que esse profissional talvez seja a pessoa mais preparada para as transformações digitais e culturais que as empresas estão passando e terão que lidar nos próximos anos”, opina.

Entre as qualidades que as empresas prezam nesses C-levels estão visão analítica, criatividade, capacidade de liderança adaptável e solução de problemas, proatividade, pensamento exponencial, adaptabilidade, cultura organizacional e de inovação, boa comunicação, olhar atento à mudanças, visão sistêmica, anseio por transformação, raciocínio lógico e inteligência socioemocional.

Apesar dessa maior valorização, Gama acredita que esse profissional está cada vez mais extinto, seja ele C-level ou da base. Para o executivo, o mercado é impactado por esse apagão de profissionais qualificados e está buscando proativamente esse ativo que oferece valor agregado às empresas em transformação digital.

“Acredito que ainda vamos ver muito esse movimento de CTOs assumindo cargos de CEO, assim como na década de 1980 e início de 1990 o CMO passou a atuar nesse papel de CEO, e, por sua vez, final da década de 1990 e início de 2000, o Chief Financial Officer (CFO) veio liderando essa frente. Estamos vivendo a era dos CTOs e, com certeza, será um movimento cada vez mais forte e presente nas grandes companhias”, prevê.

**Crédito da imagem no topo: Everything Possible/Shutterstock

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