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Blogueira coloca cervejarias na berlinda

A-B InBev e MillerCoors se comprometem a colocar ingredientes de produtos na internet


13 de junho de 2014 - 5h56

A Anheuser-Busch InBev começou a publicar os ingredientes usados em algumas de suas marcas de cerveja em resposta a uma campanha amplamente divulgada por uma blogueira autointitulada Food Babe.

Babe, cujo nome real é Vani Hari, lançou na quarta-feira, 11, uma ação para coleta de assinaturas para uma petição que pretende obrigar as cervejarias a listar na internet os ingredientes usados em seus produtos. A regulamentação federal não exige que as marcas de cerveja divulguem seus ingredientes como acontece com a maioria dos produtos alimentícios nos Estados Unidos.

Em um comunicado emitido na própria quarta-feira, Vani disse que “a preocupação em torno da cerveja que consumimos aumentou depois que foi descoberta uma longa lista de aditivos que o governo aprovou para o uso na produção da bebida”, incluindo xarope de milho, sabores artificiais e “ingredientes encontrados no anticongelante de avião, ingredientes geneticamente modificados e até mesmo bexigas natatórias peixe (vesícula gasosa)”.

As afirmações alarmistas atraíram a cobertura de grandes veículos de comunicação, como Chicago Tribune, USA Today e ABC News.

Na quinta-feira, 12, a A-B InBev respondeu que começaria a publicar os ingredientes em um website já existente chamado tapintoyourbeer.com. À tarde, os ingredientes de Budweiser e Bud Light já estavam lá – e não eram tão assustadores. Bud, por exemplo, contém “água, malte de cevada, arroz, levedura e lúpulo”. A cervejaria também convidou a blogueira e o marido a visitarem a flagship em Saint Louis para ver como a cerveja é feita e quais os ingredientes são utilizados.

Vani Hari elogiou a A-B InBev e disse estar emocionada com a resposta rápida da empresa e que está ansiosa para ver os ingredientes de todas as marcas da cervejaria online. Ela também cobrou que MillerCoors e outras companhias sigam o exemplo. Segundo Vani, foram coletadas 40 mil assinaturas em 24 horas.

Depois da afirmação da blogueira, a MillerCoors emitiu uma declaração informando que “colcaria mais informações sobre ingredientes em sem site nos próximos dias”, destacando que já havia "levado todas as empresas de álcool a colocar um rótulo nutricional ao colocar um rótulo na marca Miller64”. O comunicado incluía ingredientes de algumas marcas como Coors Light, que contém "água, malte de cevada, milho, levedura e lúpulo".

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A senhora Hari obteve atenção da mídia e respostas de empresas em outros esforços. Ano passado, ela teve papel importante no movimento da Kraft’s Mac and Cheese de remover o corante artificial amarelo de algumas versões.

Alguns críticos apontam que sua campanha das cervejas é exageradamente alarmista. "Os compostos destacados pela petição de Hari podem não ser prejudiciais, mas sua caracterização pode criar temor entre os consumidores”, apontou a Beer Marketer’s Insights, revista especializada no assunto, em uma matéria na quinta pela manhã.

A publicação continua dizendo que “exagero, medo e meias verdades em defesa de uma causa ganham passe livre nos dias de hoje. Isso é especialmente verdadeiro se, como neste caso, a defesa se resume a busca de informações. Combater a transparência em 2014 é uma batalha perdida e quanto mais tempo você gasta lutando contra, mais munição você dá ao adversário”. Mas é quanto às bexigas natatórias de peixe?

A ABC News informou que “alguns fabricantes de cerveja e vinho a extraem e secam para usá-la como filtro, para ajudar a livrar a bebida de partículas”. A matéria faz referência a um artigo de abril da revista Newsweek que declarou que o pó, conhecido como cola de peixe, "tem propriedades de cicatrização de feridas" e "torna essas bebidas potáveis e adequadas para vegetarianos”.

E os ingredientes encontrados no anticongelante (propilenoglicol)? “É um aditivo perigoso”, afirmou Michael Jacobson, diretor executivo do Center for Science in the Public Interest, a ABC News.

Jacobson elogiou os esforços de Vani em um comunicado informando que “há 30 anos Center for Science in the Public Interest fez uma petição e depois acionou o governo para conseguir a divulgação dos ingredientes nos rótulos de bebidas alcoólicas, mas que o governo fechou as portas para a ideia, dizendo que apenas alérgenos como sulfitos e Amarelo 5 devem aparece nos rótulos.  

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