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Olimpíada Digital: a rede pública de ensino na jornada de inovação

Movimento leva temas atuais a estudantes através de plataforma interativa de jogos

i 1 de agosto de 2025 - 10h20

Olimpíada Digital

Movimento traz temas relevantes da atualidade para alunos da rede pública (Créditos: Divulgação)

A Olimpíada Digital, realizado pela Joco, chega a sua 3° edição neste mês com 12 apoiadores e quatro patrocinadores. O movimento consiste em um game educacional que oferece a alunos de todo o Brasil jornadas de aprendizagem, abordando temas de impacto e relevância para seu desenvolvimento.

Na edição anterior, o movimento reuniu mais de 20 mil estudantes da rede pública — o que representa um aumento de 600% no número de participantes em relação ao evento passado. Tamanha adesão foi devido ao apoio da secretaria de Educação do Rio de Janeiro, que passou a apoiar a Olimpíada.

As jornadas de aprendizagem oferecem aos alunos oportunidades de ampliar seu repertório de conhecimento, abordando temas como fake news em tempos de IA, cyberbullying, beleza projetada, racismo, o risco das bets, sustentabilidade, transformação digital, entre outros.

“O Brasil viveu um boom de acompanhamento de eventos de inovação pelo mundo, e tinha uma coisa que chamava a nossa atenção: os eventos tinham muitos representantes de empresas e donos de agências”, explica Fernando Gouvêa, fundador da Joco e idealizador do movimento. “Então surgiu a motivação de criar um projeto onde levássemos as mudanças trazidas pelas novas tecnologias para jovens de escolas públicas, que ficavam muito à margem dessas conversas”, complementa.

A curadoria dos temas parte de três frentes: tendências mundiais discutidas em eventos de inovação, um social listening que mapeia os interesses dos próprios alunos e discussões com as secretarias de educação.

“No ano passado, 93% dos jovens que jogaram a Olimpíada falaram que queriam entender melhor o funcionamento dos algoritmos das redes sociais. Pegamos essa oportunidade e falamos: ‘precisamos traduzir que é a questão do tecnofeudalismo’, e aí explicamos como é o funcionamento por trás disso”, explica Gouvêa.

Formato da Olimpíada Digital

Escolas e instituições se cadastram na Olimpíada Digital para formar as equipes que participarão de um game educativo. Toda vez que um jogador entrar, ele seleciona sua equipe e enquanto está aprendendo, soma pontos para o seu time. A pontuação gera um ranking e as dez primeiras colocadas ganham um novo desafio: produzir um vídeo de ficção social. A partir do aprendizado do game sobre novas tecnologias e mudanças no mundo, as equipes precisam criar um vídeo que projeta um futuro melhor para a sociedade. Os melhores vídeos têm aceleradores de pontuação e aí se chega ao resultado final.

Paula Martini, idealizadora do movimento, explica que a plataforma oferece uma experiência personalizada aos participantes. Ao se cadastrar, o jogador responde um quiz conversacional que reúne os temas de interesse do aluno e sugere jornadas de aprendizado com base nisso.

“A Olimpíada dá nome e endereça questões que fazem parte do cotidiano de todo mundo, mas que não são percebidas como potenciais problemáticas e potenciais oportunidades de desenvolvimento. É um tempo absolutamente estratégico para que eles deem a virada e não aumente-se com isso essa discrepância entre as pessoas que vêm da escola pública e as outras que tem esse contato há tempos”, explica Paula.

A plataforma oferece aos participantes jogos interativos, histórias imersivas e prêmios exclusivos, oferecidos por marcas parcerias. Além disso, aqueles que desejarem se aprofundar nos temas propostos, podem encontrar conteúdos extras, como TEDx, podcasts, entre outros materiais complementares.

Cerimônia de premiação Olimpíada digital

Cerimônia de premiação da 2º edição: Professor da Escola de Nova Iguaçu recebendo o violão autografado pela cantora e compositora Marisa Monte (Créditos: Divulgação)

Entre as marcas que estão amplificando esta edição estão o Instituto Coca-Cola, Yduqs, Globo, RockinRio, Spoleto, Instititute For Tomorrow, Brasas, Binder, The Long Game e Bienal.

Algumas marcas estão envolvidas na doação de prêmios e na divulgação do movimento. No caso de marcas que são especialistas em algum tema, a Olimpíada permite que ela traga seu DNA para os conteúdos criados no game.

“Temos o Instituto Yduqs, que é da Estácio. Eles têm uma série de conteúdos sobre o primeiro emprego, por exemplo. Então, na hora que vamos criar um conteúdo sobre o primeiro emprego, bebemos muito da fonte de materiais que já foram criados”, explica Gouvêa.

Os prêmios são oferecidos de maneira individual aos alunos, ou às escolas participantes (equipes). Entre as recompensas estão laptop gamer, ingressos para o Rock In Rio, cursos profissionalizantes, caixas de som, violão autografado pela cantora e compositora Marisa Monte, visita aos estúdios Globo, entre outros.

Além disso, as dez escolas mais bem posicionadas do ranking passarão por um workshop de futurismo e storytelliyng. “Pegamos os alunos de escolas que ficaram bem ranqueadas na Olimpíada anterior e contratamos esses jovens para serem influenciadores e para ter voz no projeto,” diz Gouvêa.

O movimento é feito para alcançar alunos de regiões mais vulneráveis, como pessoas em periferias, regiões rurais e indígenas. Para isso, a Joco optou por uma solução web-based que rodasse em qualquer tipo de computador ou smartphone. Além disso, segundo Gouvêa, as Secretarias de Educação de cada região do Rio de Janeiro mantêm contato direto com os responsáveis pelas escolas locais que desejam participar da Olimpíada.

As inscrições estão abertas até o dia 31 de agosto, para estudantes da rede pública e qualquer pessoa interessada. A Olimpíada tem início nesta sexta-feira, 1º de agosto.