Burger King vende ações e planeja IPO

Janaina Langsdorff
4 de abril de 2012 - 9h00

A venda de 29% do Burger King para a companhia de investimento britânica Justice Holdings, do americano Bill Ackman, por US$ 1,4 bilhão, e a abertura do capital da empresa na Bolsa de Valores de Nova York, prevista para daqui a 90 dias, reflete a valorização da marca desde 2010. A rede de lanchonetes alcançou um lucro de US$ 107 milhões em 2011, alta de 80% ante o ano anterior.

O aporte desembolsado pela Justice Holdings é quatro vezes maior do que o montante de US$ 4 bilhões – dos quais US$ 1,2 bilhão em dinheiro e US$ 2,8 bilhões captados no mercado e convertidos em dívidas – pago em 2010 pelo fundo de investimentos 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, para adquirir a marca. Além de receber mais, o 3G continua com 71% das ações do Burger King.

No Brasil
O valor obtido na operação com a Justice Holdings não será aplicado na companhia. Será utilizado somente para remunerar os investidores. De acordo com Bernardo Hees, presidente do Burger King e sócio do 3G, ao lado também de Alexandre Behring, o Burger King tem “recursos suficientes para investir no negócio", frisa o executivo em entrevista publicada na edição dessa quarta-feira, 4, pelo jornal Valor Econômico.

Enquanto isso, no Brasil é esperada a abertura de 900 lojas até 2016. O plano foi anunciado em junho de 2011, quando a gestora de recursos Vinci Partners se associou ao 3G. Mas, de acordo com estimativas da Associação Brasileira de Franchising (ABF), de lá para cá foram abertas apenas 50 lojas, ritmo ainda inferior ao necessário para atingir a ousada meta. Hoje, a rede totaliza cerca de 180 unidades, volume distante do rival McDonald´s e suas 1.267 lojas no Brasil, além das 866 unidades do Bob´s.