Cause aponta 11 temas que pautarão as empresas
A pesquisa tem o objetivo de apoiar as organizações para que elas escolham qual é a causa que faz mais sentido dentro de suas estratégias
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BuscarA pesquisa tem o objetivo de apoiar as organizações para que elas escolham qual é a causa que faz mais sentido dentro de suas estratégias
Amanda Schnaider
14 de maio de 2020 - 6h00
A Cause, consultoria que apoia organizações a desenharem estratégias de engajamento em torno das causas que são relevantes para elas, lançou o estudo “Causas para observar em 2020”, onde destaca cinco grandes temas para serem observados pela empresas durante a pandemia do novo coronavírus. Eles são: saúde, educação, desenvolvimento econômico sustentável, direitos humanos e valorização da ciência. Dentro deles há 11 subtemas que são: universalização da saúde; valorização da importância da saúde mental; ensino domiciliar; educação midiática; redução das desigualdades; combate à fome; cultura de doação; combate à violência doméstica; acesso a saneamento básico; liberdade de expressão; e investimento em tecnologia e saber científico.
Segundo Mônica Gregori, co-fundadora da Cause, no momento em que a consultoria estava editando o estudo deste ano, veio a pandemia, que fez com tivessem de atualizá-lo. “É um estudo que já estava sendo construído e foi atualizado com essa visão de quais são as causas que se intensificaram com a pandemia”, argumenta. De acordo com Renata Oliveira, coordenadora de conteúdo da consultoria, em um momento como este em que estamos vivendo, as causas tornam-se mais importantes do que nunca para as empresas saberem em qual direção seguir.
Mônica ainda afirma que, agora mais ainda, as marcas começaram a se conectar com as demandas da sociedade, porque se viram como mais um ator de um ecossistema social. “Esse guia tem o intuito de apoiar essa reflexão das marcas para que elas tenham insumos para escolher qual é a causa que faz mais sentido para se envolverem, abraçarem e agirem”, conclui. O dados levantados foram baseados em uma pesquisa realizada no fim do ano passado em parceria com o Instituto Ideia Big Data, na qual 61% dos entrevistados afirmaram que a causa deste ano estaria relacionada à saúde de qualidade.Veja abaixo os 11 temas levantados pelo estudo e seus desdobramentos:
1. Universalização da saúde
Apesar de possuir problemas crônicos de gestão, contar com os serviços de um sistema público de saúde tem sido considerado um fator decisivo no tratamento e recuperação de diversos pacientes durante a pandemia.
O que esperar? Um legado positivo deixado pelos investimentos durante a Covid-19, como um maior número de leitos, melhorias de infraestrutura e mais atenção para os serviços médicos remotos, bem como a percepção da importância de se destinar mais recursos de forma contínua para a área da saúde.
2. Valorização da importância da saúde mental
O Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população. Especialistas têm alertado sobre os riscos de uma pandemia dupla despertada pelo coronavírus, na qual se unem estresse crônico e ansiedade devido à disseminação da Covid-19.
O que esperar? Crescimento da procura por terapias, meditações e atividades que tenham efeitos relaxantes e aumentem a capacidade de resiliência.
3. Ensino domiciliar
Pelo menos 85 países fecharam escolas para tentar conter a disseminação do novo coronavírus,impactando a educação de mais de 776,7 milhões de crianças e jovens pelo mundo, segundo a Unesco.
O que esperar? O ensino domiciliar tem sido uma bandeira levantada pelo governo atual desde sua campanha, mas que vinha enfrentando fortes embates. Com a necessidade de aplicá-lo durante a pandemia, o movimento pela sua regularização deve ganhar força e impulsionar a implementação de tecnologia 5G, as parcerias público-privadas e o aumento do acesso à internet.
4. Educação midiática
As fake news já vinham se propagando com velocidade, mas o cenário de pandemia criou um ambiente ainda mais propício para sua disseminação, fazendo com que as notícias falsas subissem mais que o número de casos confirmados de Covid-19 no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
O que esperar? Mais iniciativas que estimulem os projetos de checagem, assim como o acesso, a análise e a participação dos jovens de maneira crítica nas discussões sobre os rumos da sociedade.
5. Redução das desigualdades
Além de desencadear uma série de atos de solidariedade e empatia, a Covid-19 deixa ainda mais expostas as desigualdades da sociedade. Para que não ocorra uma calamidade maior, programas sociais, como a renda emergencial, estão sendo implantados e devem beneficiar mais de 24 milhões de pessoas.
O que esperar? Medidas governamentais que tenham como foco os grupos mais vulneráveis e a implementação de sistemas tributários progressivos.
6. Combate à fome
Nas comunidades periféricas, o isolamento social e a redução da renda de muitas famílias têm limitado o número e a qualidade de refeições.
O que esperar? Mais ações do governo e das organizações que atendam grupos socialmente vulneráveis e suas necessidades específicas.
7. Cultura de doação
A disseminação da Covid-19 sensibilizou o brasileiro e fez com que as doações no País alcançassem uma marca histórica.
O que esperar? Uma visão mais integrada, colaborativa e solidária de toda a sociedade, capaz de se guiar pela empatia e por um sistema que valorize mais a cultura da doação.
8. Combate à violência doméstica
Com o isolamento social, permanecer por mais tempo dentro do lar tem sido o gatilho para a explosão de tensões, expondo potenciais vítimas de violência doméstica a uma situação de maior vulnerabilidade.
O que esperar? Maior mobilização da sociedade em torno do tema e aumento da celeridade na aprovação de políticas públicas que combatam o crime e sua sensação de impunidade.
9. Acesso a saneamento básico
Mais de 100 milhões de pessoas ainda não possuem coleta de esgoto em casa e cerca de 35 milhões não têm acesso a água tratada no Brasil. A falta de recursos tão básicos pode agravar a pandemia de Covid-19 no País.
O que esperar? A aprovação de um novo marco regulatório para o saneamento básico que incentive investimentos das organizações e democratize o acesso ao serviço.
10. Liberdade de expressão
Em tempos incertos como estes, o uso de informações nas redes sociais tem gerado atritos em diversos poderes, expondo uma linha tênue entre a liberdade de expressão e a desinformação, que pode ter consequências ainda mais graves durante a pandemia.
O que esperar? Fortalecimento da confiança no jornalismo profissional e aumento da capacidade da população de discernir entre opinião e desinformação.
11. Investimento em tecnologia e saber científico
A falta de investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação nos últimos anos colocou o Brasil em uma situação de vulnerabilidade em relação à pandemia, comprometendo o tempo de resposta do País no combate ao vírus.
O que esperar? Mais investimentos federais destinados ao fortalecimento da ciência e uma redução da “fuga de cérebros” do País.
**Crédito da imagem no topo: hh5800/iStock
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