Com emoção, Paralimpíada começa em busca de recorde
Evento quer se tornar o segundo da história em números de espectadores; ausência da cobertura da Cerimônia de Abertura na TV aberta foi criticada
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Teresa Levin e Teresa Levin
8 de setembro de 2016 - 11h50
O coração formado pelas peças de um quebra-cabeça que trazia os nomes das delegações presentes nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 resumiu na obra do artista Vik Muniz o conceito da cerimônia apresentada na noite de quarta-feira, 7, no Maracanã. O artista plástico foi um dos diretores da Abertura da Paralimpíada ao lado de Fred Gelli e Marcelo Rubens Paiva, com Flavio Machado, da Cerimônias Cariocas, a frente da direção executiva.
A beleza marcou o espetáculo, que trouxe exemplos de superação pessoal, como o mortal em uma megarrampa praticado pelo paratleta Aaron Wheelz; passando pela dança da americana Amy Purdy, a paratleta do snowboard biamputada que em uma apresentação em ritmo de samba bailou com uma máquina. A cerimônia de abertura também teve momentos divertidos, como a mascote dos Jogos Olímpicos, Vinícius, roubando a cena vestido com o figurino da modelo Gisele Bündchen na abertura da Rio 2016, e mais emoção: crianças que não andam caminhando com seus pais e avôs levando a bandeira paralímpica.
Os desafios surgiram quando não eram esperados: a brasileira Márcia Malsar, primeira grande atleta do movimento Paralímpico no Brasil, caiu quando carregava a Tocha Paralímpica. Com muita dificuldade para caminhar e embaixo de uma forte chuva, ela se levantou sozinha e continuou seu percurso. Mas outros desafios estiveram lá para chamar a atenção das limitações enfrentadas pelos deficientes em cidades que não são preparadas para recebê-los.
Ao subir a rampa para acender a pira olímpica, o campeão de natação Clodoaldo Silva, com 13 medalhas no currículo, deu de frente com uma escada. A saiu justa era intencional, e ilustrou os obstáculos enfrentados no cotidiano. Desta vez, facilmente superado: a escada se transformou em uma rampa para que ele subisse e acendesse a pira olímpica, abrindo oficialmente os Jogos Paralímpicos Rio 2016, e deixando ali uma importante mensagem sobre a inclusão.
Mas se a cerimônia recebeu inúmeros elogios nas redes sociais, não faltaram questionamentos sobre a cobertura televisiva: ao contrário da abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, transmitida por diversas emissoras na TV aberta, como Globo, Band e Record, e na TV fechada, em canais como SporTV e ESPN, os Paralímpicos não mereceram a mesma atenção. Na televisão aberta, a única emissora que transmitiu o evento foi a TV Brasil, enquanto que na fechada, apenas o SporTV 2. Causou estranheza e uma enxurrada de críticas questionando a ausência do evento em mais emissoras e ainda um posicionamento mais verdadeiro em relação à inclusão, amplamente defendida em discursos.
A ausência das emissoras não apagou a beleza do espetáculo que arrebatou o público e marcou a abertura daquela que quer ser a segunda Paralimpíada mais assistida da história. Os organizadores não escondem o desejo de bater um recorde de vendas em ingressos. Do total de 2,5 milhões de entradas disponibilizadas, 1,6 milhão já foram comercializadas. Nos Jogos Paralímpicos mais populares de todos os tempos, em Londres, mais de três milhões de pessoas assistiram as competições. Em segundo lugar está Pequim, onde foram vendidos 1,7 milhão de ingressos. Realizado pela primeira vez em 1960, os Jogos Paralímpicos estão em sua 15ª edição, e receberão um total de quatro mil atletas de 159 países até o dia 18 de setembro.
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