Comportamento e tendência para o futuro do conteúdo digital
Parceria entre a WGSN e o TikTok indica que tendências comportamentais serão guiadas por intencionalismo, escapismo e comunidades
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Giovana Oréfice
23 de agosto de 2023 - 11h45
O comportamento digital, sobretudo entre a Geração Z, é um dos grande focos de marcas para o direcionamento de campanhas, produtos e serviços. Ao lado da WGSN, o TikTok apresenta conceitos que deverão guiar as novas tendências comportamentais na produção e consumo de conteúdo digital nos próximos anos.
“Quando falamos de tendências, existe um estudo de pessoas e comportamentos”, apontou Lilian Otuka, head de research & insights do TikTok para a América Latina durante evento realizado na última terça-feira, 23. Os hábitos de uso dos usuários do TikTok são centrados em conteúdos com fins de entretenimento. Este, segundo a head, tornou-se uma forma chave de se conectar com as pessoas de uma maneira mais fácil, diminuindo os atritos ao passar mensagens.
Os criadores de conteúdo tem o mérito neste sentido. Com grande relevância e consonância, eles são capazes de criar comunidades por meio da democratização de acesso e curadoria de conteúdo. “Quando temos um criador de conteúdo, temos uma relação mais profunda, horizontalizada”, ressaltou Lilian. Ainda que a América Latina ainda esteja em processo de digitalização, jovens da região almejam a criação de conteúdo como profissão e acesso a novas oportunidades na creator economy.
Neste sentido, a head endossou que a nova era das redes sociais tem o conteúdo como epicentro da busca por comunidades. É através dele que os usuários buscam por afinidades mútuas, conexões com relevância e laços potentes. Não mais agentes de disseminação, eles atuam como moderadores de comunidades – estas de extrema relevância para o lançamento de tendências, uma vez que criam subculturas e ditam determinadas culturas populares.
Com a tecnologia servindo como meio, e não fim, as gerações atuais buscam nela uma identificação com seus valores e, assim, maior intencionalidade. O levantamento mostra que o consumo de conteúdo agora é mais consciente. Ou seja, leva em consideração o impacto que tem em questões ligadas ao bem-estar, saúde e produtividade. É preciso pontuar, ainda, a tecnologia como ferramenta para estar atento a causas socioambientais.
Ademais, o caráter alienante do entretenimento perde a força. No conteúdo, mora a possibilidade de novas vias de acesso a futuros melhores. Ampliando o conhecimento, ele contribui para crescimento pessoal e profissional. Os temas abordados pelas comunidades são inúmeros: vão desde saúde, nutrição e beleza, até dicas para entrevistas de emprego, finanças e empreendedorismo, entre tantos outros.
Em terceiro lugar, o escapismo entra como um sintoma do que a América Latina vem passando nos últimos anos, dada a pandemia e diversas crises. O desdobramento desse contexto, que agora transita entre o mundo real e o on-line, exibe a criação gradativa de novos significados para a identidade. Com o phygital ganhando força, destaca-se aquele que contribua para a criação de um futuro aspiracional diferente.
Assim como os creators, as marcas têm parcela importante de contribuição no digital. Segundo a colaboração, não basta apenas fornecer entretenimento de qualidade. É preciso sair do local de soberania e adentrar as comunidades de maneira mais respeitosa, em consonância com os valores dos indivíduos e seguindo limites relacionados à saúde mental e à individualidade, por exemplo.
Além disso, elas podem pegar carona com os criadores de conteúdo. A parceria entre as duas partes em diversos canais deve seguir a liberdade criativa e ser pautada na confiança. O estudo ressalta que essa é uma via de mão dupla. Do outro lado, deve haver cada vez mais a profissionalização dos creators para estreitar laços com as marcas e até mesmo com a própria comunidade.
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