Dolce & Gabbana ira consumidores de Hong Kong
Chineses podem tirar fotos da vitrine da loja da marca, mas cidadãos do território não; protesto se agrava no Facebook
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Meio & Mensagem
12 de janeiro de 2012 - 8h05
A Dolce & Gabbana é o alvo de ira popular em Hong Kong depois de relatos de que os cidadãos do território estão proibidos de tirar fotos da vitrine da varejista de luxo. Cerca de mil pessoas apareceram em frente à loja da marca na Canton Road no fim de semana obstruindo ruas na área comercial de luxo, informou a imprensa. A Dolce & Gabbana foi forçada a fechar as portas na tarde de domingo.
Os manifestantes, que incluíam legisladores locais, seguravam cartazes, tiravam fotos instantâneas e mostravam fotos de notícias. Um manifestante teria usado papel moeda tradicionalmente queimado em homenagem aos mortos para formar o caractere chinês para “vergonhoso”, o que representa uma atitude forte em uma cultura onde falar sobre a morte é um tabu.
O protesto ganhou força no Facebook após a mídia local informar que os seguranças da Dolce & Gabbana estavam impedindo os cidadãos de Hong Kong de tirar fotos das vitrines mesmo de áreas públicas na rua. Representantes da loja disseram que eles estavam protegendo a propriedade intelectual, mas acrescentaram que os estrangeiros e chineses do continente foram isentos da regra.
Não está claro se isso é uma política oficial da loja ou uma reação exagerada de gerentes zelosos. Até o momento a Dolce & Gabbana apenas emitiu um comunicado que dizia: "queremos sublinhar que a nossa empresa não tomou parte em qualquer ação com o objetivo de ofender o público de Hong Kong".
Hong Kong é um mercado chave para muitas marcas de luxo. A ex-colônia britânica é um destino popular de compras para os chineses do continente, que gostam de tirar proveito dos impostos significativamente mais baixos.
Domenico Dolce, co-fundador da Dolce & Gabbana, disse em uma recente entrevista para uma revista de Hong Kong que ele e seu parceiro Stefano Gabbana têm o objetivo de abrir 30 lojas na China nos próximos dois a três anos.
Muitos suspeitam que a regra de não fotografar visa apaziguar os chineses do continente, considerados novos ricos sem classe. Os cidadãos de Hong Kong têm orgulho de sua cultura cantonesa e de seus ideais democráticos, mas temem que eles possam ser tragados pela expansão da influência política e econômica da China. Pequim governa Hong Kong numa política referida como "um país, dois sistemas".
Jing Daily, uma publicação online que cobre o mercado de luxo e a cultura chinesa, publicou uma análise intitulada "O que as marcas de luxo devem aprender com o desastre de relações públicas da Dolce & Gabbana" discutindo o perigo para as marcas ao favorecer os consumidores chineses do continente ao invés do público local. O artigo ressalta que a imprensa mais aberta Hong Kong, o acesso à internet e a maior fluência no inglês levam os problemas de relações públicas a crescer mais rápida e globalmente do que na China continental.
O Facebook, por exemplo, é bloqueado na China continental, mas tem livre – e popular – acesso em Hong Kong. Inclusive, uma página anti-Dolce & Gabbana em língua chinesa surgiu no site de relacionamento e tem mais de 20 mil fãs, enquanto que o mural da varejista de luxo no mesmo website foi salpicado com comentários como "Um dos valores da D & G é ‘respeito pelos indivíduos’. Isso deve ser alterado para ‘prática do racismo é o nosso valor fundamental’".
(*) Do Advertising Age
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