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Instituto Psica impulsiona cultura pan-amazônica em Belém

Organização visa desenvolver iniciativas socioambientais, e inaugura o centro cultural Casa Dourada

i 3 de outubro de 2025 - 11h00

Instituto Psica

“Casa Dourada” oferece exposições de arte durante todo o ano (Créditos: Matheus Vieira)

Às vésperas da COP 30, o Festival Psica anuncia o lançamento do Instituto Psica, organização criada na periferia da região metropolitana de Belém, que visa desenvolver iniciativas culturais e socioambientais que resgatam a identidade Pan-Amazônica.

A primeira iniciativa do Instituto consiste na inauguração da Casa Dourada, casarão histórico em Cidade Velha, que foi transformado em um centro cultural permanente. O espaço atua no fortalecimento das multivozes da Amazônia e seus povos.

Com capacidade para 1280 pessoas, a Casa Dourada é patrocinada pelo Instituto Heineken, via lei Rouanet, e tem apoio da Open Society Foundations e da World Climate Foundation, que atuam na doação direta para a manutenção do projeto.

“Nosso desejo é de que a Casa Dourada se firme como um farol cultural no coração da Amazônia, mas também como um berço de soluções baseadas na sociobioeconomia e na criatividade dos povos da floresta, irradiando inovação da Amazônia para o mundo”, explica Flora Bitancourt, cofundadora da Casa e líder da World Climate Foundation no Brasil.

A programação fixa consiste em exposições de arte, rodas de conversa, talks sobre juventude e justiça ambiental, pocket shows, gastronomia amazônica e espaço de coworking. Além disso, o espaço conta com salas selecionadas que servirão como hub de cultura e clima, com o objetivo de aproximar organizações para desenvolver projetos e atrair financiadores.

Segundo Gerson Dias, fundador e CEO do Instituto Psica, a motivação para criar o Instituto e a Casa Dourada estava no desejo de ampliar o trabalho social feito no festival, através de um lugar específico que oferece ao público acesso a ações afirmativas e exposições durante todo o ano.

O executivo acrescenta, ainda, que a Casa é um ambiente que reúne ações voltadas para jovens da periferia de Belém, incluindo cursos de formação, palestras, estúdio de gravação para pessoas sem condições financeiras, entre outros projetos.

“A Casa Dourada surge em um momento que marcas estão olhando para o nosso território, várias lideranças globais estão aqui discutindo clima, justiça climática e racismo ambiental”, afirma Jeft Dias, também fundador e CEO do Psica. “Entendemos que é um ótimo momento para chamar a atenção dessas pessoas e fazer com que elas invistam em um projeto que gere impacto na cidade mesmo depois da COP 30”.

O espaço compartilha do mesmo DNA do Festival Psica, realizado pela produtora há 13 anos e que já mobilizou 100 mil pessoas em 2024. A organização gera mais de 800 empregos para pessoas pretas, periféricas, mulheres, pessoas trans e não-binárias.

É através do Pscia Profissional, projeto que forma e inclui pessoas no meio da produção cultural, que profissionais da periferia são selecionados para atuar no Festival, bem como em projetos parcerios. Segundo Jeft, a Psica também atua na aceleração de projetos da periferia, através de uma chamada aberta onde pessoas podem submeter propostas culturais e receber auxílio para sua concretização.

Além da diversidade, a sustentabilidade também guia a atuação da Psica, contribuindo para a movimentação da economia criativa de povos tradicionais. Um dos projetos já realizados pela produtora é o Rio que Chove, que atuou na revitalização de uma praça no Guamá em 2023, em uma região periférica.

Jeft Dias conta, ainda, que a Psica está dando andamento ao Reserva Psica, um projeto ambiental de preservação de áreas florestais, em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia.