Licenciamento infantil impulsiona setor
Produtos para crianças representam 80% das vendas. Mercado deve fechar o ano com faturamento de R$ 18,7 bilhões, alta de 5%, aponta a Abral
Produtos para crianças representam 80% das vendas. Mercado deve fechar o ano com faturamento de R$ 18,7 bilhões, alta de 5%, aponta a Abral
Thaís Monteiro
6 de setembro de 2018 - 7h15
Com a expectativa de faturar R$ 18,7 bilhões neste ano, alta de 5% em relação ao ano passado, o mercado de licenciamento segue crescendo. O destaque vai para o licenciamento infantil, que representa a maioria dos produtos licenciados vendidos (80%) ainda que, de acordo com entrevista de Marici Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Licenciamentos (Abral), ao Meio & Mensagem em 2016, a expectativa é de que o licenciamento adulto siga aumentando até igualar o primeiro. “A meta no médio prazo é que esse percentual fique 50% para cada lado”, disse Marici Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Licenciamentos (Abral), na ocasião.
Enquanto isso não acontece, Peppa Pig, Carros, Ladybug, Paw Patrol e Minions dão força a representatividade infantil nos destaques de licenciamento de 2017. De acordo com Murilo Hinojosa, vice-presidente de Family & Brands para América Latina da Entertaiment One (eOne), detentora das marcas Peppa Pig e PJ Masks, apesar de haver espaço para licenciamento de produtos jovens-adultos, o potencial infantil é maior. “Tem uma expansão do segmento adulto, mas não sei se acredito que será maior do que o infantil. É como a criança se relaciona com o personagem”, diz.
O mercado de licenciamentos cresceu
Nickelodeon, também um dos principais players do mercado de licenciamento infantil, licenciou, em agosto, o Slime, produto usado para jogar nas celebridades e influenciadores digitais nas premiações do canal. Além disso, a empresa se prepara para lançar as propriedades Sunny Day e Top Wing. O Slime ainda não está a venda.
De acordo com a empresa, a área de consumer products cresceu 30% no Brasil e América Latina em 2018 comparado ao ano anterior e o objetivo para os próximos cinco anos é dobrar o faturamento com conteúdo pré-escolar e as animações Bob Esponja e O Despertar das Tartarugas Ninja. Segundo Angela Cortez, vice-presidente de licenciamento da Viacom América Latina, Bob Esponja e Patrulha Canina são as propriedades licenciadas da Viacom que lideram o faturamento atual da empresa, mas o foco está nas marcas mais conhecidas. “O mercado está em um ótimo momento e temos excelentes oportunidades de crescimento pela frente. O cenário é promissor. Estamos priorizando as propriedades que já são conhecidas das crianças e jovens, mas também investindo em lançamentos”, conta.
Gestão de marca e parceirosO conteúdo, no entanto, é o principal. “Nossa preocupação é não ter sempre só produto, mas ter uma plataforma onde as crianças possam ter uma experiência de marca. Então não é só o produto, é o show, é a interação online. O consumo da criança de cinco ou sete anos atrás não é o mesmo que vemos hoje. Hoje elas são muito ligadas no digital, tem muito acesso a informação e é claro que temos que nos adaptar e entregar todos os touchpoints da nossa forma”, avalia o executivo.
Assim como a Entertaiment One, a Viacom procura o valor educacional de seu conteúdo para depois estudar produtos e possíveis parceiros. “Nós analisamos o conceito que a propriedade pretende passar para as crianças. Cada conteúdo tem seus valores educacionais, seus atributos e, com isso, buscamos o produto mais adequado para a idade, para o target e para a propriedade. Bob Esponja, por exemplo, ícone da cultura pop, tem uma visão super otimista sobre o mundo — é feliz, ingênuo e sua personalidade agrada não somente as crianças mas jovens e adultos também. Patrulha Canina explora muito o trabalho em equipe e cidadania, uma vez que os filhotes trabalham para defender a comunidade em que vivem”. Além de brinquedos, vestuário e acessórios, o canal é forte em alimentação.
**Crédito da imagem no topo: Divulgação/Nickelodeon
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