Maconha pode ser incluída em bebidas alcoólicas
Marcas estudam possibilidade de colocar a erva junto com a bebida
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Mariana Stocco
16 de novembro de 2016 - 8h00
A Constellation Brands, empresa gigante que é dona da cerveja Corona e da vodka Svedka, está considerando uma nova aproximação para suas bebidas: maconha. “Nós estamos analisando”, afirmou o CEO Rob Sands em uma entrevista. “Existirão bebidas alcoólicas que também terão cannabis”.
A legalização da maconha em alguns estados dos Estados Unidos está criando um novo mercado para a comercialização legal da erva. Eleitores aprovaram o uso recreativo na Califórnia, Maine, Massachusetts e Nevada. Isso aumenta o número de estados com maconha legalizada para oito, além do Washigton, D.C., o que significa que um a cada cinco americanos vivem em uma área onde é permitido o consumo.
Apesar da maconha já ter sido encarada como uma ameaça para a indústria de bebidas, Sands acredita que é, na verdade, uma oportunidade. A indústria tem expectativa de crescer mais de oito vezes na próxima década, passando de US$ 6 bilhões em 2015 para US$ 50 bilhões em 2026, de acordo com dados da Cowen & Co. Esse é o tamanho aproximado do mercado norte-americano para snacks salgados.
“Porque negócios grandes, por assim dizer, não estariam interessados em uma categoria dessa magnitude?”, ponderou Sands. “Se existe muito dinheiro envolvido, não ficará a cargo de comércios pequenos e independentes”.
As eleições nacionais podem ter efeitos mais negativos para a Constellation, uma empresa que é considerada particularmente vulnerável à presidência de Donald Trump. Importações para México constituem mais da metade das vendas brutas da empresa, e os consumidores hispânicos correspondem a 40% da clientela. Trump afirmou durante campanha que construirá um muro entre os Estados Unidos e o México e que renegociará o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio.
Sands não se diz preocupado com essas afirmações, já que, de acordo com ele, existe uma grande diferença do que é prometido em campanha e o que está na constituição. Um governo republicano unificado deve ser bom para os negócios, segundo ele.
Uma barreira mais imediata para a Constellation é que a maconha ainda é ilegal nas leis federais, e como uma vendedora de álcool, a empresa segue as leis federais para licenças e permissões.
Outras empresas da indústria de bebidas estão menos ansiosos com a legalização da maconha, com medo que a permissão faça as vendas de álcool caírem. No Massachusetts, um grupo de indústrias acoólicas doou US$ 75 mil para a Campanha de Saúde e Segurança Massachusetts, que era contrária à legalização. No Arizona, onde os eleitores escolheram manter a cannabis legal apenas com prescrição médica, a Wine & Spirits Association doou US$ 10 mil para o lado contrário também.
O número de consumidores de bebidas alcoólicas que fumam maconha cresceu na última década, enquanto o número de fumantes que bebem caiu, de acordo com dados da Cowen e da Pesquisa Nacional sobre o uso de drogas e saúde.
Por enquanto, parece haver um mercado amplo para os dois negócios. A venda de álcool não caiu nos estados do Colorado e Washington desde a legalização.
“As pessoas que estão usando maconha pode não ter uma inclinação para bebidas alcoólicas da mesma forma que teriam se não fumassem, mas talvez eles nem fossem beber de qualquer maneira ou ainda bebam algo”, afirmou Sands. “Talvez o negócio inteiro funcione com sinergia.”
*Com informações da Bloomberg News
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