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McDonald?s fora do cardápio na Criméia

Rede de fast food abandona temporariamente a região, em meio a tensões políticas


7 de abril de 2014 - 11h00

Embora a Rússia tenha sido nos últimos anos um dos países emergentes que mais empolgaram investidores estrangeiros, a onda de tensão política começa a ter reflexos. No fim da semana passada, o McDonald’s anunciou o fechamento “temporário” das três lanchonetes que mantém na região da Crimeia.

O motivo alegado pela rede de fast food foi “razões de produção”. Em comunicado, em seu site ucraniano, a companhia afirma que espera “retomar o trabalho quando tivermos oportunidade”. Os funcionários das lojas fechadas serão, segundo o McDonald’s, remanejados para outras unidades na Ucrânia.

Depois que a Crimeia foi anexada à Rússia, após referendo popular, em março, outras instituições também fecharam estabelecimentos na região, incluindo bancos.

Segundo informações do Advertising Age, a Rússia responde por menos de 1% do comércio norte-americano globalmente, mas para alguns dos principais anunciantes, o país significa muito mais – em média 4% das vendas para as indústrias de bens de consumo ocidentais como um todo, segundo estimativas da Bernstein Research.

O faturamento de algumas das maiores empresas de bens de consumo ocidentais (as mais comprometidas com os negócios naquele país) totalizaram US$ 25 bilhões ano passado, segundo estimativas da Berstein. Ao menos era isso antes da depreciação de 10% em valor do rublo frente ao dólar desde o início deste ano.

De todos os anunciantes sediados nos Estados Unidos, ao menos em bens de consumo, a PepsiCo parece ter a maior participação absoluta na Rússia, com vendas anuais reportadas de US$ 4,9 bilhões, ou 8% das vendas globais, segundo a empresa de pesquisa (em seus registros, a PepsiCo adota o número de 7%). Mas procurada pela reportagem, a PepsiCo declinou comentar o assunto.

Alguns outros players têm vendas que representam uma porção maior de seus negócios como um todo, entretanto, incluindo a cervejaria Carlsberg, da Dinarmarca, com 21% das vendas na Rússia, e a Danone, com 11%.

O investimento da PepsiCo na Rússia é dos mais antigos (com exceção da alemã Siemens, que construiu a rede de telégrafos russa em 1853, sob o tempo dos czares e cujo CEO, Joe Kaeser, prestou uma visita muito divulgada a Vladimir Putin semana passada em Moscou para prometer cooperação contínua com os líderes locais). A PepsiCo investiu US$ 7 bilhões na Rússia desde 2009, comprando companhias de laticínios e de sucos de frutas, mas na verdade começou a construir seus negócios naquele país em 1959. O fato de o relacionamento com a Rússia ter sobrevivido a fatos como a Crise dos Mísseis Cubanos e a Guerra do Vietnã pode ser presságio de que também sobreviverá ao confronto em torno da Ucrânia.

Leia mais sobre a crise para os anunciantes na Rússia, na edição 1604 do Meio & Mensagem, veiculada esta semana.

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