Natura lança Sou e briga com grande varejo
Lançamento é pautado pela produção e consumo conscientes; produtos estarão disponíveis em julho
Lançamento é pautado pela produção e consumo conscientes; produtos estarão disponíveis em julho
Roseani Rocha
16 de maio de 2013 - 3h03
Após dez meses de testes nas cidades paulistas de Ribeirão Preto, Franca e São José do Rio Preto, a Natura anunciou nesta quinta-feira, 16, o lançamento para valer de Natura Sou, uma linha que defende o combate ao desperdício, desde a produção até o consumo final.
Principal lançamento da Natura para 2013, Natura Sou recebeu investimento de R$ 100 milhões e terá 27 produtos. Os primeiros começarão a ser comercializados em julho e são dois tipos de sabonetes e três hidratantes. Em um segundo momento, estarão nos catálogos da Natura xampus, condicionadores e creme para pentear.
O diferente da linha é que todos os itens têm um mesmo tipo de embalagem, que consome 70% menos plástico e representa emissão 60% menor de dióxido de carbono. De uma mesma máquina saem as embalagens e o produto envasado. A máquina recebe a embalagem em formato de rolo de filme e o equipamento o sela e corta no formato da embalagem, para na sequência adicionar o conteúdo e inserir a tampa. Para cada 1.000 embalagens de produtos Natura Sou, diz a empresa, seria possível transportar somente 28 das embalagens tradicionais do mercado.
A nova linha será produzida em Cajamar e com outros dois fabricantes que contam com o equipamento desenvolvido pela Natura. Fórmulas com a qualidade dos produtos Natura, mas mais simples também representam economia. Todos os produtos têm, por exemplo, uma mesma assinatura olfativa, desenvolvida pela perfumista da Natura, Veronica Kato, e mais quatro perfumistas internacionais.
Já pelo lado do consumidor, as embalagens são aliadas contra o desperdício: pequenas (200 ml), práticas e flexíveis, permitindo uso “até a última gota”. Variam somente na cor e obviamente nas informações, de acordo com o tipo de produto, e foram desenvolvidas pelas agências Tátil e Nó Design. “A Natura tem um processo de inovação bastante estabelecido há muitos anos. Neste caso houve a identificação de uma oportunidade de mercado, porque a Natura é preferida por 49% dos brasileiros, mas nossa participação no mercado é de 23%”, ressaltou José Vicente Marino, vice-presidente executivo da Natura.
A economia na produção será repassada ao preço final dos produtos ao consumidor: os sabonetes custarão R$ 6,70 e os hidratantes, R$ 10,60. Com eles, a Natura, ainda dentro da venda direta, pretende brigar com qualquer tipo de produto na faixa de preço intermediária, mesmo os do grande varejo.
A comunicação dos novos produtos será assinada pela Peralta. Segundo Janice Alves Rodrigues, gerente de marketing de Sou, as ações terão início na internet, na segunda quinzena de junho, e em julho entra campanha na TV. Ela considera a nova linha um convite às pessoas engajadas. “Certamente, após o lançamento dessa linha a Natura como um todo vai se transformar; a eficiência deve ser um movimento para todas as outras marcas”, disse.
Instigado a dizer se não tinha receio de a consumidora do setor de cosméticos não sentir falta de certo “glamour” nos produtos, Marino respondeu que o próprio conceito de glamour, que pode ser uma embalagem dourada para uma consumidora, para outra pode ser consumir um produto cuja matéria-prima é extraída da Amazônia, mas deixa a floresta de pé, como acontece com a linha Ekos. Já Janice lembra que a ideia não é “vilanizar” o consumo com Sou, mas provocar uma reflexão sobre o que é essencial.
O lançamento também conta com uma plataforma online (www.natura.com.br/sou), com conteúdos, desafios e propostas para inspirar novos modelos de consumo e de se relacionar com o mundo.
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