O futuro de Trump nos negócios
Apesar da vitória política, a família do presidente eleito terá o desafio de gerenciar uma marca afetada negativamente
Apesar da vitória política, a família do presidente eleito terá o desafio de gerenciar uma marca afetada negativamente
Luiz Gustavo Pacete
9 de novembro de 2016 - 8h49
Logo depois que a vitória de Donald Trump foi confirmada, na madrugada desta quarta-feira, 9, alguns protestos começaram a ser registrados nos Estados Unidos contra o resultado. Apesar da vitória do empresário, que contrariou, inclusive, as pesquisas eleitorais, a família Trump terá um grande desafio em fazer a gestão de crise da marca Trump nos Estados Unidos e no mundo.
Com uma fortuna que supera os US$ 10 bilhões, Trump possui um conglomerado que inclui hotéis e condomínios em todo mundo. Grande parte desse grupo está presente no exterior, onde a rejeição de Trump é grande.
Os efeitos das eleições eleitorais já eram sentidos nos negócios de Donald Trump durante as eleições. Levantamento recente do site Tripadvisor mostrou uma diminuição nas movimentações dos hotéis da rede Trump dentro e fora dos Estados Unidos. Recentemente, como estratégia, o grupo lançou uma nova rede, SCION, que omite a marca Trump.
“Houve uma deterioração enorme na imagem pessoal de Donald Trump com uma mídia intensiva atacando muitas das coisas que o bilionário, por falta de tato e experiência política, afirmou e que causaram um choque enorme em todos”, diz Marcus Vinícius de Freitas, professor de direito e relações internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
No Brasil, Trump está presente com sua marca em um empreendimento da LSH Barra SA, o Trump Hotel Rio de Janeiro, próximo ao Parque Olímpico do Rio. A marca foi licenciada da Trump Organization.
Diante de uma dezena de afirmações racistas e machistas, uma das de maior repercussão foi o vazamento de um áudio em que o candidato fala de forma ofensiva de mulheres.
De acordo com Freitas, a grande lição aprendida desta eleição é que bilionários devem ter muito cuidado ao decidir candidatarem-se a funções públicas, particularmente se forem ricos e seus negócios tiverem muita visibilidade. “Qualquer passo em falso pode implicar manifestações contrárias e inúmeros tipos de reação que afetarão os negócios. E isto, com certeza, enfraquece o negócio. ”
Trump e Clinton movimentaram US$594 milhões
“O que não resta dúvida, é que para os negócios de Trump, a ideia de concorrer à presidência dos Estados Unidos foi um mau negócio. Hillary Clinton, por outro lado, apesar de milionária, não enfrentou esse problema. Como seu patrimônio foi construído em cima de seu histórico político, sem uma linha de negócios diretamente ligada aos Clintons, sua vida financeira segue mais tranquila”, conclui Freitas.
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