Como o varejo se prepara para a Black Friday de 2023?
Varejistas apostam em antecipação de ofertas e reforço de estratégias de omnicanalidade e logística para a Black Friday 2023
Como o varejo se prepara para a Black Friday de 2023?
BuscarComo o varejo se prepara para a Black Friday de 2023?
BuscarVarejistas apostam em antecipação de ofertas e reforço de estratégias de omnicanalidade e logística para a Black Friday 2023
Giovana Oréfice
13 de outubro de 2023 - 10h58
No ano passado, a Black Friday dividiu o final do segundo semestre com as eleições e a Copa do Mundo. Apesar de expectativas altas, o evento registrou uma uma queda de 14% no comércio eletrônico quando comparado com o ano anterior.
Já para a Black Friday 2023, o cenário é de otimismo. Um levantamento realizado pela Mfield mostra que a intenção de compra cresce 32% para a data neste ano, que acontece em 24 de novembro. O dado é uma sinalização positiva para o segmento: 55% dos varejistas acreditam na melhora nas vendas deste ano e apostam em promoções para motivar o brasileiro a comprar. O mesmo estudo indica que 32,8% dos consumidores começam a comparar preços um mês antes do evento, contra apenas 25,1% pesquisam em cima da hora.
Entre as estratégias de preparação, está a antecipação de descontos ao longo do mês. O Magalu utilizou o mecanismo em 2022 e aposta na tendência para este e os próximos anos, conforme indica Felipe Cohen, diretor de operações de marketplace do Magalu. Na última edição da data comercial, o e-commerce do Magalu registrou crescimento de venda comparado ao mesmo período do ano anterior. Ao mesmo tempo, ganhou marketshare e participação de 72% sobre a venda total da companhia.
A Casas Bahia também adotou a prática para unir a Copa do Mundo com o período de compras. Isso garantiu que os consumidores comprassem a TV para assistir aos jogos, pudessem recebê-las antes do início dos jogos. “A venda de aparelhos de TV, que fazem parte da nossa categoria core, foi o carro-chefe. Nossas categorias core, inclusive, voltam a ser nossa aposta para 2023”, diz Vivian Zwir, diretora de marketing do Grupo Casas Bahia.
Em setembro, o Grupo abandonou o nome Via para voltar às origens. A retomada do slogan “Dedicação Total a Você” segue com a missão de fidelizar o consumidor de Casas Bahia, aliado à proposta de fortalecer a venda de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis para trazer consistência em uma categoria em que tem histórico de liderança.
Com a dificuldade do crédito e a alta da taxa Selic, é possível que o consumidor busque garantir os melhores preços e facilidade no pagamento. “Esperamos que o brasileiro explore muito mais as formas de pagamento do que antes. Essa será uma Black Friday marcada pela forte presença do PIX e do crediário”, declara a diretora de marketing do Grupo Casas Bahia, que aposta em facilitar o acesso de brasileiros a bens de consumo de alto valor agregado.
Nos últimos anos, a chamada Guerra dos Fretes se intensificou. Varejistas vêm direcionado esforços para logística a fim de melhor atender o consumidor no menor tempo possível. No final de agosto, o Mercado Livre anunciou novos centros de distribuição no Rio de Janeiro e outro em Recife, este a ser entregue em 2024. A expansão permitirá entregas no mesmo dia em áreas metropolitanas e mais rapidez de frete em cidades próximas.
Para a Black Friday 2023, a Casas Bahia conta com o investimento em logística feito nos últimos anos. A varejista reorganizou seus 29 centros de distribuição para lidar com a demanda do e-commerce, sobretudo leves, com as aquisições das logtechs ASAPLog e CNT. Dessa forma, conta hoje com uma rede de mais de 300 mil entregadores na última milha.
“A malha própria realiza mais de 64% de todas entregas da rede, sendo 43% realizadas em até 24hs”, explica Vivian. “Contamos com mais de 1.000 lojas — Casas Bahia e Ponto — que funcionam como mini-hubs de entrega, de onde os produtos saem direto para o endereço do destinatário. Também será possível retirar as mercadorias adquiridas online, pessoalmente, na loja, horas após a compra, por meio do Retira Rápido”, complementa.
“Antecipar as ofertas e diluir a Black Friday ao longo do mês se torna um fator importante também por causa disso, pois reduz os gargalos logísticos”, retoma Felipe Cohen, do Magalu. A companhia apostará na vantagem competitiva de operar grande parte de sua logística, por meio das transportadoras GFL, SODE e Malha Luíza.
Ainda que o e-commerce tenha tido uma relevância crescente nos últimos anos, é preciso ter um olhar atento para os pontos de venda físicos. Apesar disso, a tecnologia pode estar presente em ambos os momentos de compra.
A inteligência artificial desempenha papel fundamental para o Magalu, conforme indica o Diretor de Operações de Marketplace do Magalu. Todos os cálculos de volume de produtos é feito loja a loja, de acordo com o perfil do cliente. “Uma loja em Vitória da Conquista é muito diferente de uma loja em Uruguaiana e nossos algoritmos usam dados e diversas variáveis para definir os produtos e as quantidades certas que devem ir para cada uma dessas lojas”, detalha.
A multiplicidade de canais se mostra como uma tendência contínua para melhorar a experiência dos clientes na Black Friday 2023. Hoje, apenas 40% dos consumidores da Casas Bahia optam pelo atendimento humano, pois consideram o autoatendimento mais fluido, prático e simples. Ademais, o “Me Chama no Zap” continuará colocando mais de 15 mil vendedores das lojas físicas à disposição no WhatsApp para conversar sobre os produtos e auxiliar em todo processo de compra.
Compartilhe
Veja também
Prefeitura de São Paulo interrompe projeto do “Largo da Batata Ruffles”
Administração Municipal avaliou que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana precisa dar um parecer sobre o projeto; PepsiCo, dona da marca, diz que parceria é de cooperação e doação e não um acordo de naming rights
Natal e panetones: como as marcas buscam diferenciação?
Em meio a um mercado amplo, marcas como Cacau Show, Bauducco e Dengo investem no equilíbrio entre tradição e inovação, criação de novos momentos de consumo, conexão com novas gerações, entre outros