Acesso à web cresce em ritmo mais lento
TIC Domicílios 2010 aponta ainda que conexões de banda larga fixa estão em 68% dos lares com acesso à internet na zona urbana do País
TIC Domicílios 2010 aponta ainda que conexões de banda larga fixa estão em 68% dos lares com acesso à internet na zona urbana do País
Fernando Murad
28 de junho de 2011 - 3h29
O número de domicílios com computadores no País cresceu, a parcela da população brasileira com acesso à internet também aumentou e a penetração da banda larga, tanto fixa quanto móvel, mantém trajetória ascendente. No entanto, quando comparado com vizinhos como Argentina, Chile e Uruguai, o Brasil ainda está pouco conectado. E se fizermos um paralelo com nações da Europa e Ásia, o País ainda engatinha no uso das tecnologias de informação e comunicação.
Estas são algumas das constatações da Pesquisa TIC Domicílios 2010, apresentada na terça-feira, 28, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O levantamento, realizado pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), fez entrevistas em mais de 24 mil domicílios brasileiros para buscar informações sobre infraestrutura tecnológica, perfil de usuários de computador e internet, e mobilidade e portabilidade.
Em 2010, o número de domicílios com computador passou de 32% para 35%. Apesar do crescimento de 9%, a penetração ainda está abaixo de Argentina (38%), Chile (40%) e Uruguai (35%), e bem distante de Alemanha (82%), Coréia (81%), Dinamarca (86%), Japão (86%) e Suécia (87%). Os dados dos demais países são do ITU-D (2010) e se referem a 2008. Quando analisada apenas a área urbana, o incremento foi de 8%, bem abaixo da taxa média composta de crescimento anual de 18% verificada desde 2005, início do estudo.
Já o acesso à internet nos domicílios cresceu 13%, passando de 24% para 27%. Na mesma comparação, o Brasil ainda está bem atrás dos outros países: Argentina (30%), Chile (24%), Alemanha (75%), Coréia (80%), Dinamarca (82%), Japão (94%) e Suécia (84%) – a fonte dos dados é a mesma. Considerando apenas a área urbana, o salto foi de 15%, novamente abaixo da média histórica de 19%.
“O pequeno crescimento é explicado pela estabilidade dos números nas áreas rurais, no Nordeste e na população de baixa renda. Mas não significa uma tendência de desaceleração. O gap entre o número de domicílios com computador e com acesso à internet está diminuindo. Esses números mostram o tamanho do desafio brasileiro para a inclusão da população no uso da internet”, pontua Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.
Em relação à qualidade de acesso, o estudo aponta que a conexão discada caiu tanto na área urbana (de 19% para 13%) quanto na rural (de 21% para 14%), enquanto a penetração de banda larga fixa passou de 66% para 68% na zona urbana e de 55% para 64% na rural. A banda larga móvel (modem 3G) também apresentou crescimento, indo de 6% para 10% na área urbana e de 8% para 13% na rural.
“E a velocidade de conexão da banda larga está crescendo. A participação de conexões de até 1 Mbps está caindo em detrimento do crescimento das conexões de velocidade entre 1 M e 2 Mbps, e de mais de 2 Mbps”, analisa Barbosa.
Se até 2008 as lanhouse tiveram papel fundamental para inclusão digital, desde 2009 o acesso em casa tomou o primeiro lugar no ranking de acesso (50% contra 44%). Em 2010, a distância entre os dois aumentou: 57% contra 34%. “O que não quer dizer que a relevância das lanhouse esteja acabando. O papel delas está mudando. Elas agora atendem públicos específicos como cegos e idosos”, conta o gerente do CETIC.br.
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