Canal Brasil: dos filmes à expressão da cultura nacional
Diretor-geral do Canal, Paulo Mendonça fala sobre a maneira como a emissora vem procurando ampliar o retrato das manifestações culturais do País
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Bárbara Sacchitiello
3 de outubro de 2018 - 7h29
O canal que nasceu há 20 anos como uma joint venture entra a Globosat e o Grupo Consórcio Brasil é bem diferente da emissora que, nesse mês de setembro, celebrou duas décadas de existência na TV paga. Com a ideia inicial de ser uma janela de divulgação do cinema brasileiro, o canal ampliou sua programação para cobrir outras manifestações culturais do País.
Com produção de séries, musicais e programas apresentados por diferentes personalidades, o canal acredita estar fazendo sua parte para a formação cultural dos espectadores. “De alguma forma esse trabalho serviu para formar uma nova geração de espectadores, resgatando a memória afetiva de algumas plateias”, diz o diretor-geral do Canal Brasil, Paulo Mendonça.
Nesta entrevista, o executivo comenta sobre as mudanças do canal, os desafios de ampliar a programação e conta sobre algumas das novas atrações preparadas para as duas décadas de celebração.
Meio & Mensagem: Quais são as principais transformações pelas quais o Canal Brasil passou nessas duas décadas?
Paulo Mendonça: Mantendo-se fiel ao cinema brasileiro, princípio que norteou a sua criação, o Canal Brasil, tão logo estabilizado, abraçou a música e demais manifestações culturais através de programas conduzidos pelos maiores expoentes de nossa cultura. Esse tipo de programação proporcionou ao canal uma maior visibilidade e a consolidação de sua imagem não só como um canal de segmentação especifica, mas pela diversificação de seu conteúdo. Com essas características, o canal coproduziu mais de 300 filmes e cerca de 200 shows musicais, além de uma infinidade de programas e mostras que tiverem e têm por tema a cultura brasileira. Hoje o canal tem também como foco de atenção a sua presença nas plataformas digitais, preservando o seu DNA de origem.
M&M: Na sua opinião, o canal conseguiu contribuir para o estímulo do interesse pela cultura cinematográfica brasileira? De que forma o canal mensura esse impacto?
Mendonça: Nessas duas décadas de existência, o Canal Brasil exibiu mais de 4.600 títulos de longa, média e curta metragens, de ficção, documentários e animação, indiscriminadamente, das mais variadas épocas, escolas, ciclos e estilos, o que representa ter praticamente toda a cinematografia brasileira na tela da televisão. De alguma forma esse trabalho serviu para formar uma nova geração de espectadores, resgatando a memória afetiva de antigas plateias. Isso se expressa pelo nível de fidelização do público do canal.
M&M: Atualmente, qual é o perfil do público do canal Brasil e que forma vocês trabalham para ampliar essa fatia?
Mendonça: De modo geral o Canal Brasil tem um perfil de público AB na faixa dos 35+, com uma ligeira predominância masculina (54 % de homens a 46 % de mulheres). Por acreditar que o maior desafio do canal é preservar a sua identidade, o canal investe na diferenciação de sua programação e, principalmente, na máxima exposição, não concorrencial com a janela linear, nas plataformas digitais do canal. O retorno tem-se feito sentir na audiência de seus programas.
M&M: Atualmente os consumidores têm diversas opções de entretenimento, seja na TV ou em outros meios, que competem pela sua atuação. Em um cenário competitivo como esse, de que forma o Canal Brasil procura destacar seus diferencias para atrair a atenção das pessoas?
Mendonça: Através de uma programação identificada com o segmento a que se direciona o canal, em termos de diversidade e irreverência, bastante beneficiada pela qualidade do cinema brasileira que chega cada vez mais rápido ao canal. O desafio de manter o público conquistado é tão grande quanto o de atrair novos espectadores.
M&M: Quais os planos do canal para o restante do ano?
Mendonça: Algumas novas estreias ocorrerão ainda esse ano, como uma nova temporada em novembro do programa Zoombido, apresentado pelo Paulinho Moska, desta vez, feita através de encontros com compositores uruguaios, nesse movimento de busca por uma identidade latino-americana que o canal procura ter. Teremos também em dezembro a estreia da belíssima série Toda Forma de Amor, dirigida pelo Bruno Barreto para o canal. Estreando em outubro, a série documental “MPB 73”, de Celio Albuquerque, fala do rico cenário musical brasileiro ocorrido naquele ano, baseada no livro de mesmo nome de autoria do diretor. Em novembro, estrearemos a série “Semelhanças e Coincidências”, de Simone Zucolotto, onde as questões identitárias brasileiras são vistas através do nosso cinema. E em dezembro, teremos a estreia da série “Depois do Vendaval”, de José Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Campos, onde, através de materiais originais e de acervo, são revisitados os principais momentos políticos formadores da democracia brasileira.
M&M: Como o canal trabalha suas plataformas digitais e de que maneira utiliza a internet para ampliar sua conexão com o publico?
Mendonça: O canal tem intensificado a sua presença nas plataformas digitais, seja através da concentração do seu esforço publicitário, seja através da disponibilização de seu conteúdo por meio das diferentes plataformas. A antecipação de nossas estreias no canal linear através do VOD tem sido uma prática recorrente e de sucesso, provocando um aumento na audiência média quando da exibição do conteúdo na televisão. O nosso acervo, especialmente o musical, tem alimentado com muito sucesso o nosso canal no youtube. Através do Canal Brasil Play, damos acesso ao catch up de nossa programação, além do streaming. Acreditamos que cada plataforma tem um público distinto. Com essas mídias, procuramos impactar aqueles que se identificam com o Canal Brasil e possibilitamos que, quem ainda não nos conhece, seja impactado pelo nosso conteúdo.
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