Como a chegada do 5G impulsiona os games e eSports
Chegada do 5G no Brasil promete alavancar indústria dos games e eSports, mas ainda esbarra nos desafios regionais
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Taís Farias
10 de janeiro de 2023 - 6h00
No início de dezembro, a PWC divulgou sua Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia, que compreende o período entre 2022 e 2026. Para desenvolver o estudo, foram observados 14 setores da indústria de entretenimento e mídia no Brasil e no mundo. Um dos principais destaques foram os games e eSports. A receita total do segmento deve chegar a US$ 2,8 bilhões em 2026. Para efeitos de comparação, em 2021, a receita foi de aproximadamente US$ 1,4 bilhão, quando o Brasil superou o México como maior mercado da América Latina.
Ainda assim, a indústria brasileira seguirá sendo responsável por menos de 1% do mercado global que deve alcançar US$ 323,5 bilhões nos próximos quatro anos.
Dentro dessa seara, os esportes eletrônicos e as competições representam US$ 5 milhões em receita no Brasil. A expectativa, no entanto, é que esse valor triplique, chegando a US$ 15 milhões em 2026, impulsionado por direitos de transmissão e patrocínio.
Quem também deve experimentar crescimento vertiginoso são os jogos casuais, termo usado para definir jogos digitais acessíveis ao grande público, na maioria das vezes, pelos celulares. Essa categoria triplicou no Brasil entre 2017 e 2021 (de US$ 294 milhões para US$ 928 milhões) e, em 2022, deve cruzar a barreira do um bilhão e chegar a US$ 2,2 bilhões até 2026.
Nesse ponto, o crescimento no mercado de games encontra uma outra evolução: o 5G. Com maior velocidade e baixa latência, a tecnologia promete uma cobertura mais ampla, maiores transferências de dados e conexões simultâneas, o que pode ser benéfico para o universo dos games em diferentes escalas.
“Vejo uma transformação ainda maior, em diferentes aspectos, que vão desde a melhoria da qualidade de jogos — incluindo melhores gráficos, mais recursos e maiores possibilidades de interação — até uma evolução das equipes de eSports no Brasil, com mais interesse, investimento e acesso para jogadores brasileiros em competições mundiais”, descreve Fabio Avellar, chief revenue officer da TIM.
Apesar de já estar presente, de alguma forma, em todas as capitais do País, as opiniões se dividem a respeito do impacto imediato que a chegada do 5G cria. Bernardo Mendes, sócio e chief gaming officer da Druid, avalia: “Nesse momento, nós não vemos um impacto direto no mercado de games. Está falando com um público que não precisa do 5G para jogar”.
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Ele explica que um dos principais incrementos ao mercado nacional foi o mobile gaming, jogos eletrônicos para celular. Isso porque ele trouxe para o cenário um público que não necessariamente tinha dinheiro para acessar consoles, como Playstation e Xbox, ou computadores poderosos capazes de processar jogos complexos. Nesse sentido, por chegar primeiro nas capitais e para celulares que são compatíveis e, portanto, mais caros, o 5G ainda não consegue atingir o público periférico.
Já Pedro Derbli, head of gaming da Cheil, defende que exatamente por conta desse desafio de acessibilidade as mudanças que tocam o universo mobile são muito percebidas pelos usuários. Ainda assim, ele reconhece as dificuldades da regionalização e lembra que o mesmo aconteceu com as redes 3G e 4G. “Todas as mudanças começam em um nicho mais desenvolvido e vão se ampliando”, aponta Derbli.
Entre as tendências e conceitos que devem ser impulsionados pela rede de quinta geração, três são encarados com atenção especial pelo mercado. São eles: interatividade, cloud gaming e as transmissões de esportes eletrônicos.
Por interatividade, pode-se entender a criação de experiências imersivas com o uso de ferramentas de realidade virtual, aumentada e mista que devem ganhar popularidade com o 5G. Já o cloud gaming é apontado como a principal transformação para o futuro dos jogos eletrônicos. Na prática, ele é um serviço que usa a tecnologia de nuvem para disponibilizar jogos online, sem a necessidade de um console ou PC gamer.
A Microsoft já testa essa função com o Xbox Cloud Gaming. “O caminho que a indústria está fazendo é o mesmo do cinema ou dos livros. Os games, agora, também são streaming”, conta o head of gaming da Cheil. O executivo participou da versão de testes beta do cloud gaming no Brasil e diz que a tecnologia sofria com a dificuldade de conexão. Esse tipo de gargalo deve desaparecer com o 5G.
Outro ponto diretamente afetado são as transmissões de campeonatos de eSports. Na opinião do diretor do SBT Games, Willian Pesenti, a tecnologia de quinta geração vai diminuir a dependência dos veículos de estarem presentes fisicamente no lugar das disputas. “Poder integrar a velocidade de acesso a tudo que usamos em uma transmissão, impacta na ação. O 5G irá facilitar muito o trabalho com efeitos de iluminação, computação gráfica e equipamento físico que estão dentro de um local de forma remota e com tempo de resposta imediato”, conta.
Do lado dos atletas, a mudança também é sensível. Já que o tempo de resposta menor pode ser decisivo para a vitória em uma partida. “Jogar competitivo quando você não tem uma boa internet é muito difícil”, reflete Pedro Derbli. Atualmente, é comum, inclusive, que os campeonatos sejam estratificados de acordo com a conexão e as finais feitas presencialmente para garantir a equidade.
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