Assinar

Elon Musk no Twitter afeta público, anunciantes e a Tesla

Buscar

Elon Musk no Twitter afeta público, anunciantes e a Tesla

Buscar
Publicidade
Mídia

Elon Musk no Twitter afeta público, anunciantes e a Tesla

Aquisição do Twitter pelo empresário Elon Musk movimenta mercado anunciante, usuários e ações da Tesla


2 de maio de 2022 - 6h00

Em um mês e um dia, Elon Musk foi de cogitar lançar uma plataforma própria por conta de suas insatisfações com o funcionamento do Twitter para adquirir a plataforma por US$ 44 bilhões de dólares. A aquisição tornará o Twitter uma empresa de capital privado e o empresário mais rico do mundo promete proteger a liberdade de expressão dos usuários. Porém, a reação do mercado anunciante, dos acionistas da Tesla, outra empresa do executivo, e dos usuários pode colocar impasses para o empreendimento de Elon Musk no campo das redes sociais.

 

Musk diz que quer tornar o Twitter melhor, incluindo a criação de novos recursos, enfrentando bots de spam e a criação de algoritmos de código aberto (Crédito: Shutterstock)

Em seu TED Talk, ainda em abril, o CEO da Tesla opinou que ter uma plataforma pública que é confiável e inclusiva é extremamente importante para o futuro da civilização e que não ligava para o lado econômico disso. Em relação a monetização da plataforma, ele valoriza mais assinaturas do que publicidade. O Twitter estreou uma função de assinatura denominado “Twitter Blue” que oferece recursos extras a usuários pagantes.

Em 2021, o Twitter obteve US$ 4,5 bilhões em receita publicitária e a empresa traçou a meta de chegar a US$ 7,5 bilhões em 2023. Segundo uma publicação do Advertising Age, profissionais de marketing demonstram estar preocupados que Musk vai abrir as portas para um comportamento não civilizado na plataforma em contrapartida com os esforços do Twitter nos últimos anos para deixar anunciantes mais seguros, com medidas privativas para impedir assédio, bullying e discurso de ódio. Isso pode significar uma queda nos investimentos. Anunciantes ainda se preocupam com o valor que o executivo dá ao mercado de anúncios, tendo em vista que ele não demonstra interesse nessa frente em seus outros empreendimentos.

Além dos anunciantes, os usuários também reagiram. A plataforma percebeu uma alteração no número de usuários, segundo reportagem publicada pelo Business Insider. Algumas contas populares na rede social viram seu número de seguidores diminuir drasticamente, enquanto outras notaram um aumento expressivo. A reportagem afirma que usuários politicamente de esquerda perderam seguidores. Esse é o caso do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que sofreu uma queda de cinco mil usuários ou a deputada de Nova York, Alexandria Ocasio-Cortez, que perdeu quase 37 mil seguidores nos últimos dois dias. Além deles, celeridades também viram o a queda de números, como a cantora Katy Perry, que teve um declínio de 200 mil seguidores. Por outro lado, nomes como o do governador da Flórida, Ron DeSantis, recebeu 141 mil novos seguidores e a conta do canal de notícias pró-Trump, One America News Network, também ganhou 13 mil seguidores na terça-feira, 26, segundo dados divulgados pelo SocialBlade. No Brasil, o atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, viu seu perfil ter um aumento de 31 mil seguidores nos últimos dias.

Em comunicado a NBC, o Twitter afirmou que são flutuações orgânicas. “Enquanto continuamos a agir em contas que violam nossa política de spam, o que pode afetar a contagem de seguidores, essas flutuações parecem ser o resultado de um aumento na criação e desativação de novas contas”, disse a plataforma. Atualmente, o Twitter tem 217 milhões de usuários e lucrou US$ 181 milhões no quarto trimestre de 2021. O último número representou uma queda de 18% em relação ao mesmo período de 2020.

Houve, ainda, uma desvalorização da Tesla desde o dia que foi confirmada a aquisição do Twitter, em 25 de março. Segundo a Reuters, a tesla perdeu US$ 126 bilhões em valor de mercado no dia, quando as ações da empresa fecharam em queda de 12,8%. A agência de notícias considera que o empresário pode desistir da aquisição da rede social por conta disso, mas caso o faça, Musk terá de desembolsar US$ 1 bilhão, conforme o documento da fusão caso a compra não se concretizar. Já na quinta-feira, 29, Musk vendeu alguma de suas ações da Tesla, totalizando US$ 4 bilhões. O Hollywood Reporter considera que parte desse dinheiro irá para a aquisição do Twitter.

Comentando sobre o assunto, Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, acredita que o executivo pode trazer inovação à empresa, já que essa é sua marca registrada, mas se preocupa com o foco do empresário na discussão sobre liberdade de expressão. “O Twitter é uma empresa com valor histórico no mercado que permite publicação em tempo real. Uma coisa que ele [Elon Musk] pode trazer é arrojo para a inovação. Isso é bom para a indústria. A discussão de liberdade é da pauta e as pessoas têm que ter capacidade de se expressar respeitando a lei e as normas das plataformas em termos de uso. A sociedade vai se educando para valorizar informações de qualidade. Quando um conteúdo é de pior qualidade, ou é menos valorizado ou removido das nossas plataformas. Liberdade de expressão e conteúdo continuam à medida que a sociedade aprende a lidar com as plataformas”, opinou durante o evento Think With Google, realizado na quinta-feira, 28, em São Paulo.

Publicidade

Compartilhe

Veja também