“IPO deixará Snapchat mais competitivo”
Dona do aplicativo estreia na bolsa de Nova York avaliada em US$ 24 bilhões e com uma captação precificada em US$ 3,4 bilhões
Dona do aplicativo estreia na bolsa de Nova York avaliada em US$ 24 bilhões e com uma captação precificada em US$ 3,4 bilhões
Luiz Gustavo Pacete
2 de março de 2017 - 8h05
A Snap Inc, dona do aplicativo Snapchat, estreou em Wall Street nesta quarta-feira, 1º, avaliada em US$ 24 bilhões e com uma captação de US$ 3,4 bilhões. O resultado do valor captado está de acordo com as estimativas da empresa e minimizou as preocupações iniciais após o anúncio, em fevereiro, de um prejuízo de US$ 514 milhões com um total de 158 milhões de usuários ativos diariamente. Em 2012, o Facebook protagonizou a maior abertura de capital entre as empresas de tecnologia com uma captação de US$ 16 bilhões.
Obrigada a divulgar seus dados financeiros de 2016, quando deu entrada ao processo de abertura de capital, a companhia presencia a depreciação de seu principal produto diante da concorrência do Instagram. Em 2016, de acordo com dados consolidados pelo site Tech Crunch, o Snapchat teria registrado uma queda de 15% a 40% no volume de postagens em função da concorrência com o Stories.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, Vicente Varela, VP de inteligência digital da DM9, explica que o IPO do Snapchat vai posicionar a plataforma de forma mais competitiva. “O aporte trará avanços nos desenvolvimentos de novos recursos de navegação, em frentes de métricas de mensuração e por consequência o mercado publicitário ganhará inovação em plataformas de publicidade”, diz Varela que também fala sobre o uso do Snapchat pelas marcas e a evolução do aplicativo no Brasil.
Meio & Mensagem – De que maneira a captação de recursos via IPO vai impulsionar o Snapchat?
Vicente Varela – O IPO do Snapchat irá posicionar a plataforma de forma competitiva perante as redes atuais, com toda certeza este aporte irá trazer avanços nos desenvolvimentos de novas features de navegação, em frentes de métricas de mensuração e, por consequência, o mercado publicitário ganhará inovação em plataformas de publicidade como o Spectacles.
“O IPO do Snapchat irá posicionar a plataforma de forma competitiva perante as redes atuais, com toda certeza este aporte irá trazer avanços nos desenvolvimentos de novas features de navegação”
M&M – A realidade do Snapchat no Brasil e nos Estados Unidos é muito diferente. Aqui, por exemplo, no momento em que a empresa começou a dialogar com o mercado, o Instagram Stories surgiu. Qual sua análise sobre o momento da plataforma no Brasil?
Varela – O Snapchat no Brasil esta entrando em sua curva de maturidade, desde sua chegada ela sempre atuou por meio de representação comercial sem entregar grandes avanços de valor ao mercado publicitário. Se avaliamos este último ano, é notório a proximidade que a IMS, atual representante, tem com o Snapchat em buscar soluções ou diálogo com nosso mercado. No Brasil o fenômeno social faz que com a rede enxergue as carências que temos e com certeza bem capitaneada irá acelerar essa expansão de receita.
M&M – O Instagram Stories reduziu o ritmo de crescimento do Snapchat no Brasil? Eles são concorrentes diretos?
Varela – Sim, acredito que o Instagram Stories minimizou a exclusividade da experiência de usabilidade do usuário do Snapchat, neste sentido é notório que o Instagram não só inovou mas souber diversificar a tendência que é o vídeo vertical por conta de sua agilidade e integração em uma plataforma que o usuário já gostava e reconhecia. Acredito que as plataformas não são concorrentes diretas, pois ainda temos um publico mais qualificado e curador de conteúdo no Instagram, enquanto no Snapchat temos um público mais jovem e imediatista.
“O Instagram Stories minimizou a exclusividade da experiência de usabilidade do usuário do Snapchat”
M&M – Qual sua expectativa sobre os rumos que o Snapchat deve tomar no Brasil em termos de uso das marcas e da audiência?
Varela – Acredito que em um curto espaço de tempo devemos ter o Snapchat oficialmente no Brasil, com isso devemos ter novas praticas de relacionamento e formação de como melhor usar a ferramenta com base nos casos de sucesso que a rede vem empregando no Estados Unidos. O mercado publicitário brasileiro já aprendeu que sem o processo de curadoria e formação será muito difícil inovar e ir além na plataforma.
M&M – Pode determinar as principais diferenças e finalidades de um aplicativo para o outro?
Varela – Ambos possuem uma excelente abordagem na construção dos momentos do usuário, porém acredito que o Snapchat ainda mantem seu status de exclusivo e irreverente por conta de sua penetração na base mais jovem, que gosta de manter clubes privados de troca de conteúdo. Vejo o Instagram com uma grande máquina de opções de curadoria de conteúdo frente a uma geração que cada vez mais se comunica por vídeo e emojis.
M&M – Acredita que capitalizado o Snapchat pode comprar outras empresas e começar a fazer frente ao Facebook?
Varela – Sim, e isto já esta acontecendo e é natural que o Snapchat se estabeleça em frentes que possam inovar na usabilidade, métrica e mensuração e plataformas de monetização.
“Em breve, teremos o Snapchat oficialmente no Brasil e com isso devemos ter novas praticas de relacionamento e formação de como melhor usar a ferramenta”
M&M – A agência aumentou ou diminuiu ações na plataforma?
Varela – Apostamos no Snapchat desde seu lançamento, e com clientes como McDonald’s nos dedicamos em entender a jornada de navegação para sempre inovar na forma de nos comunicarmos. Chegamos a fazer uma divertida cobertura das olimpíadas por Snapchat com influenciadores que gerou grande resultado para a marca. Vamos seguir investindo de forma relevante na plataforma.
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