Nos EUA, VOD já produz mais séries que TV linear
Estudo realizado pelo FX aponta que um terço dos programas roteirizadas do país foram transmitidas em plataformas como Netflix e Hulu
Nos EUA, VOD já produz mais séries que TV linear
BuscarNos EUA, VOD já produz mais séries que TV linear
BuscarEstudo realizado pelo FX aponta que um terço dos programas roteirizadas do país foram transmitidas em plataformas como Netflix e Hulu
14 de dezembro de 2018 - 12h08
Por Anthony Crupi, do Ad Age*
O setor audiovisual nos Estados Unidos bateu um recorde de produções roteirizadas, segundo uma pesquisa anual patrocinada pelo FX. Ao todo, emissoras de TV aberta, canais a cabo, TV fechada premium e plataformas de streaming produziram, juntas, 495 séries do tipo. O montante representou um aumento de 42% nos últimos cinco anos. Entretanto, pela primeira vez desde o começo do estudo, a televisão tradicional contou com um número menor de produções do que as plataformas.
Segundo a pesquisa do FX, as empresas de VOD lançaram 160 séries com roteiros em 2018, passando as emissoras abertas, que tiveram 146, e os canais pagos com anúncios, que produziram 144 no ano. Já os canais premium, como HBO e Showtime, geraram 45 séries este ano.
Agora, séries de streaming representam aproximadamente um terço (32%) de todo o conteúdo roteirizado desenvolvido para a televisão. Emissoras abertas, por outro lado, distribuem 30% e a televisão a cabo com anúncios representa 29% do total. Já os canais premium, com menos representatividade, foram responsáveis por 9% do conteúdo. Eles costumam apostar na concentração de audiência em determinados horários, como as noites de domingo, quando a HBO lança novos episódios de Game Of Thrones.
Em 2015, o CEO da FX, John Landgraf, afirmou que o excesso de séries disponíveis ao público acabaria colapsando o mercado. Essa previsão ainda não se tornou realidade. Entretanto, o crescimento na produção está desacelerando. Esse ano, o aumento foi de 7% em comparação a 2017; quando o executivo começou a discutir o problema, três anos atrás, essa taxa era 8%.
Mesmo com a produção ascendente, os consumidores não vivem uma era de ouro da televisão. Se o número de títulos de streaming cresceu 38% nos últimos 12 meses, muito do que é oferecido não chega ao nível de séries como The Sopranos. Para cada BoJack Horseman que a Netflix produz, há duas dezenas de shows medianos como Everything Sucks e Punho de Ferro.
Se por um lado o ritmo de gastos de plataformas como Netflix, Hulu e Amazon com novas séries é responsável por tirar parte do mercado da televisão linear, anunciantes que buscam alcançar o público de 18 a 49 anos ainda investem em formatos tradicionais. Mesmo que os profissionais de marketing divulguem abertamente seu interesse em patrocinar shows como Stranger Things, o modelo de negócio da Netflix e da Amazon não acomoda intervalos comerciais.
Anunciantes que busquem alcance por meio da televisão podem comprar spots durante transmissões da NFL, ao mesmo tempo que utilizam o inventário de um grupo de séries de sucesso. Se for levado em conta que praticamente todo o resto da programação do TV linear está encolhendo, profissionais de marketing precisam se acostumar a comprar diversos espaços em vários canais para conseguir atingir suas expectativas de GRP.
Em uma temporada, as taxas de audiência mensuradas pela C3 da Nielsen — mensuração que verifica conteúdo ao vivo e gravado até três dias depois do primeiro broadcasting —caíram 10% em comparação ao ano passado. Ao excluir as transmissões esportivas, o horário nobre da NBC, segundo a C3, está em 1,3 pontos de audiência, o que significa algo próximo a 1,68 milhões de adultos de 18 a 49 anos. A Fox está no segundo lugar, com 1,2; seguida pela CBS, 1,1, e ABC, 1,0. Na televisão a cabo, os resultados são ainda piores do que os das emissoras abertas. Em média, as séries da FX, AMC e TNT conseguiram algo próximo a 0,5 pontos.Enquanto marcas contam com um número nunca antes visto de séries para anunciar, a diminuição da audiência de TV nos EUA continua a fazer com que a compra de mídia e o alcance do GRP seja como uma colcha de retalhos. Isso muda se você tiver o dinheiro para comprar pacotes da NFL, em que um spot de 30 segundos na janela das 16h20 da Fox/CBS gera tantas impressões quanto dez anúncios em American Horror Story ou, então, 15 em Better Call Saul.
*Traduzido por Salvador Strano
Compartilhe
Veja também
Globo amplia atuação no marketing de influência com Serginho Groisman
Após Tadeu Schmidt, Eliana e Maria Beltrão, Serginho Groisman é mais um apresentador da casa a ter seus contratos comerciais geridos pela Viu
Com Mercado Pago, Record chega a 7 cotas no Brasileirão
Banco digital integra o time de patrocinadores das transmissões na emissora, que já conta com Magalu, Grupo Heineken, Sportingbet, EstrelaBet, General Motors e Burger King