IA, 3D e 8K: as tecnologias das transmissões Olimpícas
Veículos detentores do direito de transmissão investiram em tecnologia para inovar na busca por informações e comunicação visual com o público
IA, 3D e 8K: as tecnologias das transmissões Olimpícas
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Thaís Monteiro
14 de agosto de 2024 - 6h00
O digital esteve presente na cobertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024 de outras formas, além da participação de criadores de conteúdo. O avanço da qualidade da imagem, artes 3D, imersivas e até da inteligência artificial (IA) mobilizaram os veículos a produzir e adicionar outras inovações a uma cobertura de um evento que, fora a inclusão de novas modalidades, alterações de regras ou mudança de local, segue um mesmo padrão a cada quatro anos.
Em Paris, a IA foi a bola da vez nos debates sobre tecnologia e jornalismo, e foi utilizada por ambos os detentores dos direitos de transmissão. A Globo a utilizou para transformar fotos e vídeos de Paris em projeções 3D no estúdio da emissora no Rio de Janeiro. Já a CazéTV usou a IA de forma consultiva.
A LiveMode alimentou modelos do ChatGPT, da OpenAI, com informações oficiais sobre os Jogos Olímpicos e treinou-os para consultas sobre regras das modalidades, histórico das competições, recordes, estatísticas e demais dados. Assim, a equipe pôde consultar essas bases para tirar dúvidas ou para obter informações. Adicionalmente, a CazéTV usou IAs que automatizam cortes de vídeos mais longos, para inserção de legendas, edições e cortes de câmera automáticos e testou algumas para criação e aprimoramento da qualidade de algumas imagens, para criar animações a partir de imagens estáticas, edição, tradução e dublagem.
A head de tecnologia da LiveMode, Michelly Magalhães, afirma que o uso das tecnologias é uma resposta à necessidade da equipe, o que fez com que a empresa direcionasse investimentos em testes e aperfeiçoamentos. “Tentamos sempre avaliar tendências que nos ajudem a melhorar processos, a otimizar atividades e inovar. Acreditamos que o mais importante é avaliar essas oportunidades, testar de forma rápida e, a partir daí, tomar a decisão se deveríamos continuar investindo ou não”, pontua a executiva.
O foco da Globo foi, sobretudo, em relação à imagem ultrarrealista. A emissora investiu num estúdio dinâmico e flexível no Rio de Janeiro com um painel de 150 m² de LED em resolução 16K para exibir imagens de Paris, elementos em 3D e em realidade aumentada para encantar o público e recriar a capital francesa de forma realista para aproximar o público dos Jogos. Para isso, investiu em tecnologias de produção virtual, que incluiu IA. Além da transformação de fotos e vídeos de Paris em projeções 3D, para levar os espectadores próximos aos pontos turísticos, o grupo usou soluções que permitiram a transformação de imagens 2D em elementos 3D que figuram junto aos apresentadores e comentaristas.
Ainda se tratando da imagem, em parceria para acelerar o desenvolvimento da TV 3.0, a Globo e a Intel usaram os Jogos Olímpicos para exibir imagens do evento em 8K vpara o público interno e convidados em uma demonstração exclusiva. As duas já haviam levado o 8K para a televisão durante Tóquio 2020. Este ano, a parceria evoluiu para demonstrar mais conteúdos com o maior padrão de qualidade. Mais adiante, a empresa avalia fazer demonstrações de tecnologia no Globoplay.
De acordo com Joana Timóteo, diretora de eventos esportivos da Globo, o resultado alcançado é fruto de um processo de evolução constante, que teve início na Copa do Mundo Rússia 2018 e foi aprimorado nos últimos anos. “O balanço é extremamente positivo. Os grandes eventos são sempre uma possibilidade de avançar no padrão das transmissões. Todo esse trabalho é recompensado quando vemos a resposta da audiência”, analisa.
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